26 de Setembro de 2003 | Atualizado em 20 de Abril de 2024
Por Assessoria de Comunicação SESAPI - secsaudepi@gmail.com

Lançada a III Campanha Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos

Lançada a III Campanha Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos

Há três meses José Ivaldo dos Santos ganhou uma vida de volta. Sofrendo com sessões de hemodiálise três vezes por semana há oito anos, ele finalmente teve seu maior sonho realizado ao receber a doação de um rim. Apesar dessa história ter tido um final feliz, ela ainda é uma raridade na história dos transplantes do Estado. Para mudar esse quadro, a Secretaria Estadual de Saúde, lançou hoje (quinta-feira) a III Campanha Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos, que faz parte da 5ª Campanha Nacional e será realizada até o próximo dia 30. Na abertura do evento, foi realizada uma missa na capela do Hospital Getúlio Vargas. Em seguida, famílias de doadores, transplantados, pessoas que ainda estão na fila para receber órgãos, além da equipe da central participaram de uma confraternização. Para José Ivaldo, esse dia representou bem mais do que uma simples festa. “Estou voltando a viver. Esperei oito anos por isso. Minha vida era muito triste, fazia hemodiálise três vezes por semana há oito anos. O transplante foi uma benção muito grande porque foi como se alguém me desse minha vida de volta. Eu continuo visitando meus amigos da hemodiálise e torcendo para que eles tenham uma vida nova como eu estou agora”, disse. Ele acredita que se as pessoas pudessem conviver com quem aguarda um transplante, seriam mais generosas. “Seria muito bom se todo mundo se conscientizasse da importância de se doar os órgãos porque só quem convive com a nossa vida sabe a quantidade de sofrimento que a gente passa”, diz. A família de José Antônio Guedes, que faleceu há três meses de aneurisma cerebral e doou um rim para José Ivaldo, sabe da importância do gesto. “Ele sempre dizia quando era vivo que queria doar todos os órgãos. Doamos o coração, os dois rins e as duas córneas. Acredito que fizemos o certo porque quando a gente morre acaba tudo, a terra come o corpo e se você tem a possibilidade de salvar novas vidas e de ver uma parte do seu filho dando viva a outras pessoas é uma alegria muito grande”, diz Joana Guedes, mãe do doador. Josimar Gomes da Silva, que fez transplante de rim há dois meses, pretende voltar a estudar e começar a trabalhar, o que nunca fez devido a nove anos de hemodiálise. “Isso é uma vitória muito grande, muita felicidade. Eu perdi muitos amigos, porque as pessoas se afastaram de mim com a doença. Agora eu quero estudar e trabalhar porque antes minha vida só era a hemodiálise”, ressalta. Para multiplicar histórias como essa, a equipe da Central de Transplantes do Estado está trabalhando de forma intensa. “A meta da Secretaria de Saúde é grande. Vamos nos empenhar nas campanhas educativas porque na nossa opinião o Estado está muito carente disso e só uma campanha por ano é muito pouco. Nós agora vamos ter apoio do Ministério da Saúde, que via Sesapi, fará um treinamento com a nossa equipe hospitalar para garantir o aumento da nossa captação de órgãos nos hospitais”, explica Maria de Lourdes Veras, diretora da Central. De acordo com ela, a fila de pessoas à espera de um transplante no Estado ainda é muito grande. “Temos 530 pessoas esperando doação de córnea, 360 pessoas esperando um rim e quatro pessoas esperando por um coração. Esse último número não representa uma coisa boa porque quem precisa de transplante de coração não aguarda muito tempo. Nós temos muita gente que vão a óbito e a doação não chega. Nossa equipe está completa para fazer também o transplante de pâncreas, só estamos esperando uma inspeção no hospital pelo Ministério da Saúde. Atualmente, nossos pacientes de fígado estão sendo encaminhados para Fortaleza e o fígado que retiramos aqui encaminhamos para lá já que os nossos pacientes estão na fila de lá”, destaca a diretora.