O site do jornal Folha de São Paulo divulgou nessa quarta-feira (15), com base em dados do Ministério da Saúde, que o Estado do Piauí é o quinto na Federação com o maior número de suicídios. O Estado registrou teve 6,5 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul lidera as estatísticas, que foram contabilizadas entre 2007 e 2010.

No Piauí, com os números alarmantes mostrando que a cada ano há um crescimento, os índices motivaram a criação do Comitê Estadual de Combate ao Suicídio, que irá apurar e trabalhar para diminuir esses valores. Entre as ações, está a criação de um Centro de Referência, além de um grupo para estudar esse fenômeno na capital e cidades do interior.

A formação do Comitê foi uma deliberação do I Simpósio Interinstitucional sobre Suicídio, que debateu causas e sintomas, que aconteceu no final do mês de agosto de 2013, em Teresina. De acordo com o coordenador do Comitê, Vinícius Oliveira, neste primeiro momento foram definidas as ações para este ano. “Já fizemos investimentos capacitando os membros do comitê e do grupo ampliado em que foram capacitados cerca de 50 profissionais da rede de serviços em saúde dos municípios. Durante o curso, que foi dividido em seis módulos, temas variados foram trabalhados. Para 2014, algumas metas já foram estabelecidas, a exemplo da criação do Disque Vida, em que vamos fazer atendimento 24h, através do telefone, dando apoio emocional a pessoas em sofrimento e aos que pensam em suicídio. Será um serviço voluntário e gratuito, além de anônimo e confidencial”, disse Vinícius.

O Comitê é formado por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), ONGs, sociedade civil organizada e profissionais de saúde, que buscam estratégias para a prevenção do suicídio. “O nosso objetivo é elaborar e compor uma política estadual de ações proativas e um Centro Especializado para o atendimento dessas pessoas”, declarou o coordenador.

Ele explica, ainda, que, geralmente o comportamento social da pessoa que busca o suicídio não segue um padrão, mas, possui duas características marcantes. “Geralmente, são pessoas que não conseguem resolver seus problemas ou que possuem problemas com álcool e drogas”, destacou.

O Comitê já foi instituído e vai continuar realizando entre os seus integrantes reuniões e oficinas para nivelar conhecimentos sobre o assunto e discutir as ações que serão realizadas através de três frentes: Comissão de Comunicação, Articulação e Comissão Permanente de Educação.
 

Por Michele Furtado