Por Assessoria de Comunicação SESAPI - secsaudepi@gmail.com
Diarreia mata uma criança a cada 15 segundos em todo o mundo
Cerca de 100 mil casos de diarreia foram notificados somente no ano passado em todo o Piauí, com 126 mortes
Os dados são preocupantes. Segundo a Unesco, a cada 15 segundos uma criança morre em todo o mundo em decorrência da diarreia. No Brasil, a doença ataca, principalmente, as cidades da região Nordeste, onde, atualmente, 50% dos casos nacionais estão concentrados. E, com base nisso, durante toda esta sexta-feira (9), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), promove a oficina para construção do Plano Estadual de Ação para o Enfrentamento das Doenças Diarreicas Agudas (DDA). O evento acontece no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e é dirigido a todos os 224 municípios do Piauí.
“Não podemos fazer de conta que este problema é apenas das cidades com menos recursos. O problema é muito sério e é de todos nós, gestores públicos. Por isso estamos agindo para que o plano estadual a respeito dessa doença seja montado o mais breve possível”, disse Telma Evangelista, diretora de Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, na abertura do evento.
Segundo a diretora, cerca de 100 mil casos de diarreia foram notificados somente no ano passado, em todo o Piauí. No mesmo ano, 126 óbitos foram registrados pela Sesapi. Por conta da gravidade do problema, a Secretaria de Estado da Saúde uniu esforços com outros órgãos públicos para combater de forma eficaz a doenç. “O importante é que cada gestor possa delinear equipes que se comprometam a realizar todas as estratégias necessárias para combatermos essa doença. Precisamos da ajuda desde o agente de saúde até os engenheiros químicos que controlam a qualidade da água, e isso só será possível com comprometimento”, frisou.
Após a abertura do evento, mesas-redondas sobre diversos temas relacionados ao manejo clínico das doenças diarreicas agudas foram iniciadas. A primeira palestrante a ministrar sobre o tema foi a representante do Ministério da Saúde, Rejane Alves. Para ela, é preciso que os profissionais de saúde tratem essa doença de forma mais séria, sem banalizar a situação de casos que chegam até os postos de saúde de todo o Brasil.
“Os profissionais da atenção básica se acomodam e terminam banalizando um assunto extremamente importante como as doenças diarreicas. Às vezes a pessoa já chega ao hospital desidratada. Se ela tivesse sido atendida devidamente na rede de atenção básica, ficaria boa sem precisar ir até o hospital. É a primeira vez que estamos tratando deste assunto de forma bastante séria e espero que o plano cause efeito nos estados por onde estamos passando”, enfatizou Rejane.
O coordenador de Vigilância Ambiental, responsável pelo evento, Inácio Lima, demonstrou preocupação quanto a algumas questões que estão ligadas às doenças diarreicas. “A gente, enquanto técnicos da Sesapi, se preocupa com a higiene e qualidade da água. Compreendendo essas questões, principalmente, no período de estiagem. O Governo do Estado tem trabalhado muito com todos os municípios fazendo o abastecimento e se preocupando com a qualidade da água. Mas, a ajuda das equipes da atenção básica é fundamental, porque temos muitos profissionais perto das famílias e podem ajudá-las a evitar as complicações que surgem com a diarreia”, concluiu.
A programação da oficina de trabalho para sistematização do plano teve início às 08h30 e segue até as 18h. O evento está sendo dividido entre palestras, mesas-redondas e apresentações de trabalhos em grupo.
Por Adrianno Magno