A população quilombola do Piauí está sendo beneficiada com a Promoção de Saúde Igualitária, atividade desenvolvida pela Coordenação de Equidade da Secretaria de Estado da Saúde que alcançará cerca de 500 famílias das comunidades negras presentes em municípios do interior, realizando atendimentos, exames, oficinas e palestras.

Os exames disponibilizados são testes rápidos para sífilis, hepatite A e B e HIV. Após o laudo com o resultado dos exames, as pessoas que precisarem são encaminhadas para o posto de saúde da cidade mais próxima ou, no caso de positivo para HIV, o encaminhamento é para o Serviço de Atendimento Especializado em Infecções Sexualmente Transmissíveis que estão presentes em Teresina, Parnaíba, Piripiri, Oeiras, Picos e Floriano.

Quem procura o serviço durante os três dias da ação, além de fazer os quatro exames participa das oficinas “Saúde da População Negra” e “Saúde da Criança e do Adolescente”. “Nesses encontros abordamos a educação em saúde no dia a dia, como tratar dos alimentos, higienização pessoal, quais as atitudes saudáveis que devemos ter por hábito e discorremos sobre as doenças específicas que incidem mais na população negra, trabalhando a prevenção e o tratamento”, explica Gilvano Quadros, coordenador de Equidade.

A primeira ação aconteceu na comunidade Custaneira, no município de Paquetá do Piauí. A segunda visita foi ao Mimbó, no município de Amarante. Lá foram atendidas 132 famílias e realizados 648 exames. Em seguida foram contemplados os moradores da comunidade Olho D’água dos Negros, em Esperantina, com 117 famílias atendidas e 628 exames realizados. A próxima a ser visitada será a comunidade Salinas em Campinas do Piauí, próximo a Simplício Mendes.

Para Alessandra Sousa, agente de saúde de Olho D’água dos Negros, “a maior importância dessa ação é o sentimento de valorização que a população sente. Eles veem que não estão esquecidos porque foi trazido para cá muitos serviços importantes que a gente precisa muito por não poderem pagar por consultas e exames. Nós apoiamos essa ação de valorização dos negros quilombolas”, disse.

O médico Lázaro Lavi que atua no programa Mais Médicos de Esperantina disse que “essa parceria favorece e muito a população porque mostra a importância de levar os serviços de saúde até a comunidade, porque esta é a única forma que essa população tem de ser atendida pelas dificuldades de se deslocar para outras localidades”.

Outro serviço oferecido na atividade é o laboratório o laboratório da dengue com todas as informações das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes egypti, como zika e chikungunya. “Temos um roteiro pré-estabelecido e contamos com enfermeiros, técnicos de enfermagem, epidemiologistas, as coordenações da Criança e do Adolescente e Doenças Transmissíveis, com as secretarias municipais de saúde e educadora física para fazer essa aproximação da comunidade”, explica Gilvano.

“Nossa comunidade precisa de momentos como esse, porque a gente sabe que existe uma política de igualdade racial em saúde, mas se não houver interesse das pessoas que fazem a gestão esses direitos não são assegurados ficam apenas no papel e aqui tivemos nossos direitos  realizados”, disse Antônio Damasceno, mobilizador da comunidade Olho D’Água dos Negros.