O Hospital Getúlio Vargas (HGV) tem avançado no cuidado multidisciplinar com pacientes graves que necessitam de cuidados complexos. Devido a um acidente de moto, o motorista Tiago Alves de Oliveira, 31 anos, permaneceu internado no HGV por seis meses em tratamento. No longo processo para voltar ao prumo, o atendimento multidisciplinar que recebeu no HGV foi fundamental para sua reabilitação.

A esposa de Tiago, Caroline Oliveira, conta que a moto que ele conduzia deslizou na pista e ele caiu, apesar de ter tido apenas ferimentos leves, por conta da diabetes, complicou muito. Após ter tido o primeiro atendimento no Hospital municipal de José de Freitas-PI, município onde reside, foi transferido para o Hospital de Urgência de Teresina(HUT), e por conta de uma infecção, ficou 40 dias internado. Como o caso cada vez ia se complicando mais, foi transferido para o HGV, referência em média e alta complexidade para todo o estado do Piauí.

Ela relata que o seu problema era menos grave do que muitos, mas por conta da diabetes, complicou muito.  “No HGV, recebeu cuidados especiais que foi importante para se recuperar, inclusive com ajuda do médico que ajudou Tiago a ganhar peso para poder fazer a cirurgia para colocar um enxerto na perna”, explica a esposa de Tiago.

“Quando cheguei na enfermaria, identifiquei que o Tiago tinha desnutrição grave e precisava passar por uma cirurgia plástica, que não teria sucesso naquelas condições, porque a cicatrização depende de um bom estado nutricional. E foi instalado um equipamento para nutrição enteral que é utilizado apenas na UTI, mas abrimos uma exceção e levamos esse aparelho para a enfermaria. Com os dois tipos de dieta, mais a alimentação via oral e a assistência da equipe de nutrição e enfermagem, ele conseguiu sair da desnutrição e pôde fazer a cirurgia”, explica o médico intensivista e coordenador da UTI do HGV, Bruno Ribeiro.

Para a diretora geral do HGV, Clara leal, os traumas retiram homens e mulheres do mercado de trabalho e oneram o serviço público de saúde, “porque esses pacientes necessitam de cuidados complexos e multidisciplinares, como foi o caso de Tiago, que envolveu várias clínicas e inúmeros profissionais na sua recuperação”, explica Clara Leal.

No caso de Tiago, foram  necessários, também, o envolvimento da equipe da Clínica Nefrológica, pois por conta de uma infecção, os rins de Tiago parou e foram necessárias oito seções de hemodiálise para que seu rim voltasse a funcionar, explica a enfermeira responsável pelo cuidado com Tiago, Isabel Miranda.

Além da equipe da Clínica Nefrológica, ele foi submetido também a cirurgia plástica e a longos processos de cuidados especiais com a equipe de enfermagem. “Foi necessário utilizar curativos especiais para que suas feridas cicatrizassem porque devido à diabetes, possui dificuldade na cicatrização”, conta a enfermeira Isabel Miranda.

Clara Leal considera que, maior que o custo do tratamento, são os danos sociais, o fato de muitos homens e mulheres ficarem com a qualidade de vida comprometida para o resto da vida.  “Algumas reabilitações são mais rápidas, mas muitos pacientes terão que ter um vínculo eterno conosco”, afirma Clara Leal.

Por Fátima Oliveira