Alertar à população sobre a importância do diagnóstico precoce e identificar possíveis casos da doença. Este é o objetivo do mutirão de diagnóstico da hanseníase, que será realizado neste sábado (28), na Clínica Dermatológica do Hospital Getúlio Vargas (HGV), um dos dois centros de referência da doença no Piauí.

A ação faz parte da Semana Piauí Livre da Hanseníase, que será realizada de 23 a 28 de outubro, em uma parceria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Ministério da Saúde (MS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Além da Dermatologia do HGV, também haverá atendimentos nas cidades de Parnaíba e Floriano.

Segundo o coordenador do Serviço de Dermatologia do HGV, Jesuíto Montoril, os atendimentos são realizados das 8h às 12h. Para ser atendido, basta apresentar a carteira de identidade (RG) e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). "Os casos que forem diagnosticados como positivos serão encaminhados para tratamento", destaca o coordenador.

Jesuíto explica que devem comparecer pessoas que apresentam manchas amarronzadas ou róseas em qualquer parte do corpo, principalmente se essas manchas apresentarem alteração de sensibilidade em relação às sensações de calor, frio e tato; sinais e sintomas sugestivos da doença. Ele acrescenta que a transmissão se dá de uma pessoa doente, sem tratamento, para outra através das vias respiratórias (secreções nasais, tosses e espirros).

De acordo com Jesuíto, o tratamento é gratuito e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); sendo extremamente eficaz e feito com uma associação de antibióticos via oral, polioquimioterapia ou PQT, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "O tratamento dura de 6 a 12 meses, dependendo do diagnóstico. Após o início, desaparece a possibilidade de contágio", pontua o médico.

A supervisora de Controle à Hanseníase da Sesapi, Eliracema Alves, diz que o Piauí registrou, em 2016, 882 casos da doença. Sendo 507 indivíduos do sexo masculino e 375 do sexo feminino; com 56 casos em menores de 15 anos. Desse total, 63,6% apresentaram a forma multibacilar. "A prevalência no estado é de 4,7 casos por 10 mil habitantes, com uma taxa de cura que chega a 81,5%", completa a supervisora.

A Clínica Dermatológica do HGV fica na Rua Governador Raimundo Artur de Vasconcelos, Centro-Sul, em frente ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela (IDTNP).

Por Solinan Barbosa