“Aqui eu aprendo a me conhecer mais, conhecer outras pessoas e através dos outros vou poder reconhecer também minhas dificuldades e os erros que eu cometo”. A declaração é do estudante de 17 anos Felipe Barbosa, atendido pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil do Estado (CAPSi).

Ele e mais 1.287 crianças e adolescentes piauienses recebem os cuidados de diferentes profissionais para tratar e controlar diversos distúrbios e transtornos mentais. São psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos e terapeutas ocupacionais formando uma equipe que propicia aos pacientes e familiares não somente tratamentos medicamentosos e terapêuticos, mas levam pais, mães, amigos e sociedade à uma convivência mais harmoniosa com esses usuários do serviço e à uma esperança de dias melhores.

Cada vez mais cedo as pessoas são confrontadas com situações de estresse e expostas ao uso de drogas, diz o coordenador do Centro, Wilderson Teixeira. “O tratamento psicossocial não tem fim, tem que controlar sempre para ter uma vida social equilibrada, porque se param de tomar remédio, volta tudo de novo”.

“Na saúde mental a maioria das doenças são crônicas e como todas precisa de manutenção, então as crianças e adolescentes precisam manter esse vínculo com algum tipo de atendimento da Rede de Atendimento Psicossocial (RAPS). Por mais que eles estejam bem, na família, no colégio, na sociedade, precisam continuar com o tratamento pela dificuldade que apresentam em se inserir no meio social”, reafirma o coordenador.

Dona Evanilde Barbosa, mãe do Elias, conta como é o atendimento e diz que seu filho evoluiu muito, “se eu não tivesse vindo atrás a situação teria piorado porque eu não sabia lidar com a situação e depois que eu vim pra cá, a situação melhorou porque a gente é acompanhado e aprende a lidar com a situação. Várias sequências de acontecimentos gerou uma confusão na cabeça dele, até mesmo a adolescência porque tem coisas que ele não sabe se expressar e as vezes a gente não sabe lidar com a situação e acaba errando”.

A melhora dos pacientes é notável, conta Antônia Araújo, auxiliar de gestão do Centro de Apoio Psicossocial Infantil, sobre a recompensa da ajuda oferecida pela equipe. “São vários os casos em que os adolescentes chegam aqui contidos e hoje estão fazendo faculdade. Para a gente é muito gratificante em saber que nosso trabalho tem resultado”.

Diariamente, 40 pessoas são ouvidas e orientadas nos turnos manhã e tarde, de segunda a sexta-feira. Nos atendimentos são realizadas consultas individuais e em grupo, atividades físicas, práticas ocupacionais e oficinas de produção de material de higiene e de culinária.

Para ter acesso aos serviços, o usuário do SUS deve ir ao CAPSi, que fica localizado na Rua Crsípio de Aguiar, nº 3869, bairro Buenos Aires, no prédio do antigo CSU (Centro Social Urbano),  em Teresina.

Por Samara Augusta