Voltar a realizar atividades simples do dia-a-dia, como costurar, pescar ou andar de bicicleta. São atividades que para muitos pode parecer comum, mas para quem perdeu a visão, representa uma rotina de dependência e limitações.

Esse era o sentimento de muitos pacientes que participaram do mutirão de cirurgias de catarata, neste último final de semana, de 15 a 16 de dezembro, no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde(HEDA), em Parnaíba. Cerca de 230 pacientes de cinco municípios do Território da Planície Litorânea foram atendidos com procedimentos em cirurgias gerais e de catarata.

Foi assim com a dona Antônia Manoel de Sousa, costureira na comunidade Baixa do Carpina, em Luiz Correia, que já não pode mais trabalhar, mas acredita que depois da cirurgia nos olhos, voltará a costurar, ofício que lhe garantia grande parte da renda da família. “Acredito que depois da cirurgia, muita coisa vai mudar em minha vida, tenho sofrido muito, tem dia que sinto como se tivessem jogado areia em meus olhos, mas tenho muita fé que tudo dará certo e a vida vai mudar pra melhor”, avalia.

Do mesmo modo, o pescador Raimundo Nonato da Conceição, e o vendedor ambulante, João Batista Vieira, precisam da cirurgia para voltar a enxergar e viver com mais independência. “Minha função era vender lanche na rua, mas hoje até pra dirigir uma bicicleta está difícil, não enxergo mais”, declara seu Raimundo Nonato, dizendo-se emocionado pela notícia que recebeu de que tinha chegado sua vez de fazer uma cirurgia que esperava há mais de seis meses.

O projeto de cirurgias eletivas que está sendo executado pela Secretaria de Estado da Saúde tem uma meta de realizar pelo menos 2 mil cirurgias, com um investimento de 3,8 milhões de reais até o final do ano. “Com mais essa etapa, estamos chegando a mais de 1700 cirurgias realizadas, certamente atingiremos a meta. Mas queremos mais, queremos zerar a fila, por exemplo, de catarata, que temos cerca de 7 mil pacientes esperando”, afirma o secretário de estado da Saúde, Florentino Neto.

Ainda de acordo com o Secretário, o projeto que será realizado em 2018, já tem parte dos recursos assegurados, através de uma emenda parlamentar do deputado, Assis Carvalho, no valor de 5,5 milhões de reais e já recebeu afirmativa do ministro da Saúde, Ricardo Barros, com a garantia de repasse dos recursos necessários para zerar a fila de cirurgias oftalmológicas no Piauí.

Por Albano Amorim