A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem, 8, que o Piauí notificou 15 casos de Influenza H1N1, sendo que um evoluiu para óbito. No entanto, a Fundação Municipal de Saúde de Teresina divulgou “32 casos de gripe H1N1 em Teresina, dos quais 17 foram de síndrome gripal (sem complicações) e 15 de síndrome respiratória aguda grave, que exigiu internação dos pacientes”.

Por que essa diferença nos dados?  O diretor da Unida de Vigilância e Atenção à Saúde(DUVAS), Herlon Guimarães, explica que o Ministério da Saúde disponibiliza dois sistemas para alimentação de dados: o SINAN Influenza Web e SIVEP-Gripe. “No primeiro, são coletadas as informações da Síndrome Respiratória Aguda Grave(SRAG), que é de notificação obrigatória, já que são casos que requerem maior atenção por conta do risco de morte. É esse o sistema utilizado pelo Ministério para monitorar os casos. O  SIVEP-Gripe identifica os casos de síndromes gripais, que são menos graves e mais recorrentes”.

Por sua gravidade, a orientação do Ministério da Saúde é que seja feita “a vigilância universal de SRAG, monitorando os casos hospitalizados e óbitos, com o objetivo de identificar o comportamento da influenza no país para orientar na tomada de decisão em situações que requeiram novos posicionamentos do Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais”, afirma Guimarães.

O paciente com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave deve ser imediatamente tratado, inclusive com internação e adotados os protocolos definidos. Um deles é a identificação de qual tipo de vírus foi acometido, se H1N1, adenovírus, metapneumovírus, parainfluenza, entre outros. A amostra do material é encaminhada para o Laboratório Central – LACEN/PI, que fornece o resultado em até cinco dias.

Esses quadros de SARG podem levar a óbito. No Piauí, em 2018, foram notificados 12 óbitos, sendo que um deles foi por Influenza H1N1 de um paciente com co-morbidade: cardíaco e pressão alta. “Particularmente, as pessoas mais vulneráveis, que são as criancinhas pequenas; idosos, com mais de 60 anos; gestantes; puérperas e pessoas com co-morbidade, que tenham outras doenças: diabetes, doenças do pulmão, do coração, infecção pelo HIV, câncer. Esses grupos podem aumentar a probabilidade de morrer, porque são pessoas que têm chance maior de ter uma doença mais séria que os demais”, explica o médico infectologista Carlos Henrique Costa.

Daí a priorização do grupo da cobertura vacinal: 
    • indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
    • crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade (quatro anos, 11 meses e 29 dias);
    • gestantes e puérperas;
    • trabalhadores da saúde;
    • povos indígenas;
    • grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
    • professores das escolas públicas e privadas;
    • adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
    • população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional.

Por: Graciene Nazareno