James Almeida Saúde busca solução para crianças moradoras de hospitais 

Com 20 crianças moradoras em três hospitais públicos em Teresina, a Secretaria de Estado da Saúde, juntamente com a Fundação Municipal de Saúde, buscam soluções para desospitalizar esses pacientes, o que vai possibilitar uma assistência mais próxima ao seu local de origem, assim como perto de seus familiares. 

Um dos pacientes é o Kauan, 4 anos, que desde abril de 2016 que é morador do Hospital de Urgência de Teresina(HUT).  Emocionada, a mãe Helenilda Cardoso conta que o que mais quer no momento “é poder ir pra casa com ele, ter meus dois filhos juntos” e voltar para Cocal dos Alves, município a 283 km ao norte de Teresina. A mãe relata que passa 30 dias aqui e apenas 10 dias lá. “Não é fácil viver num hospital, longe de minha filha. Não é vida”, enfatiza.

São casos como esses que motivaram uma reunião hoje, 11, entre o secretário de Estado de Saúde, Florentino Neto, e técnicos do órgão, além de equipes do Hospital Infantil Lucídio Portela, da Maternidade Dona Evangelina Rosa, da Fundação Municipal de Saúde, HUT e Conselho de Secretários Municipais de Saúde(Cosems). Aquelas unidades mantêm os 20 pacientes moradores.

No HUT, são nove pacientes moradores, sendo quatro na UTI e cinco em enfermarias pediátricas. No Hospital Infantil, são oito, sendo que duas crianças moram há mais de seis anos na unidade: na primeira fase da internação, as crianças ficaram na UTI e atualmente, moram em enfermarias. A Maternidade mantém três pacientes, um dele há dois anos.

“É consenso que é o melhor para o paciente é que esteja com sua família. Para isso, trabalhamos uma proposta de desospitalização, fazer com que essas crianças possam voltar para suas residências. A Secretaria de Saúde vai colocar toda estrutura de equipamentos necessária à disposição das famílias e os municípios poderão apoiar com equipes multiprofissionais, para o acompanhamento desses pacientes”, explica o secretário.

Florentino Neto explica que o processo se dará, na primeira etapa, com a transferência dos pacientes para os Hospitais Regionais, aqueles mais próximos de onde reside a família, que está distribuída em 15 municípios. No segundo momento, haverá uma ampla discussão com municípios e as famílias, para que haja a transferência definitiva para as suas residências.

Uma comissão presidida pelo coordenador de Urgência e Emergência, Telmo Mesquita, será responsável por elaborar um plano de ação para, de imediato, desospitalizar os 20 pacientes. A proposta é que também seja estendida para médio e longo prazo, obedecendo aos critérios protocolares definidos pelo Ministério da Saúde.

Por Graciene Nazareno