Os pequenos pacientes do Hospital Regional de Corrente têm mais um motivo para uma recuperação mais rápida e sem traumas. É que desde junho a diretoria do hospital em parceria com os alunos do curso Normal Superior da UESPI no município vêm desenvolvendo o projeto "Doutores da Alegria". Para a sua execução, a diretoria do hospital entra com a estrutura necessária e os alunos com a orientação pedagógica e a aplicação das técnicas interdisciplinares, que são repassada aos funcionários do hospital. O projeto visa especialmente a humanização do serviço, amenizando a situação traumática da internação. "Nosso objetivo é facilitar a recuperação da saúde das crianças internadas minimizando o estado emocional a que estão submetidas. Além disso desenvolvemos um trabalho que melhore a aceitação ao tratamento, proporcionando momentos de lazer, descontração, educação e entretenimento para as crianças doentes. Também visamos reduzir a ociosidade propiciada pela permanência hospitalar", destaca o diretor do Hospital regional de Corrente, José Francisco. Para tanto, os médicos, assistentes sociais, enfermeiros, professores e estagiários estão integrados em realizar atividades de lazer e educativas para essas crianças. Uma brinquedoteca decorada com temas infantis fica a disposição do programa que ainda conta com jogos, brinquedos educativos e livros da literatura infantil, como clássicos de Monteiro Lobato e Ziraldo. "Lemos e demonstramos histórias infantis sob forma de teatro e fantoche e ainda estimulamos as crianças exercitar o seu lado criativo com massa de modelar, recortes e colagens", explica a coordenadora do projeto, a assistente social Célia Santana. Ela destaca que em sua maioria, os usuários atendidos pelo Hospital Regional de Corrente são provenientes de baixas camadas sociais do interior e de cidades vizinhas. "A internação hospitalar em si representa uma ruptura com o ambiente familiar, escolar e afetivo, desencadeando aspectos emocionais como o medo, ansiedade, choro, solidão, estresse e depressão, que interferem negativamente no processo de cura. Nossa proposta é que se considere o fator emocional como significativo na recuperação da saúde, desenvolvendo-se atividades onde se contemple mais a humanização no atendimento e na hospitalização.", explica a assistente social. O resultado da aplicação dos "Doutores da Alegria" já estão sendo conferidos na prática. "Temos casos de várias crianças que melhoraram surpreendentemente depois que começaram a receber esse tipo de tratamento. Teve um caso de um menino que teve que ficar internado e simplesmente não falava, chegou a ficar deprimido e depois que entrou na brinquedoteca ele se transformou, reagindo bem melhor ao tratamento", cita Célia Santana. A expectativa do hospital é que a partir do mês de agosto o programa seja ainda mais efetivo já que começa o período de calor intenso. "Esse período é muito perigoso para as crianças porque traz consigo doenças que podem se agravar como desidratação e dengue, por isso acreditamos que o projeto irá se intensificar", destaca o diretor José Francisco.