Os novos dispositivos da assistência em saúde mental foram o tema de uma palestra realizada ontem para os profissionais do Hospital Areolino de Abreu. Na ocasião, o professor e médico psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nelson Goldenstein esteve passando para os médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psiquiatras e demais profissionais da área as principais diretrizes da nova política de tratamento dos distúrbios mentais. Na palestra foram abordados os principais enfoques dessa reforma. “Enfocamos a reforma da psiquiatria, os novos dispositivos de atenção ao doente grave, a importância desses dispositivos serem localizados dentro da própria comunidade, o não confinamento e o que nós temos hoje de recursos para fazer com que a assistência psiquiátrica seja prioritariamente ambulatorial”, explica Goldenstein, que tem mestrado e PHD em Psiquiatria na área de concentração de pesquisa esquisofrênica e doutorado em deteriorização esquisofrênica. Para ele, o mais importante nessa nova ordem é a qualificação dos profissionais ligados a área de saúde mental e a viabilização de estrutura física equipada para esses profissionais. Ele ressalta que a palestra é apenas o primeiro passo para um curso de especialização na área em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. “Trata-se de uma palestra que faz parte da pretensão de se fazer um curso de especialização em saúde mental, que será realizado em breve pela UFRJ e terá apoio da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Timon”, acrescenta o médico e futuro coordenador do curso. Para a diretora geral do Hospital Areolino de Abreu, Márcia Astrês Fernandes, a palestra é de extrema importância para a discussão dessas novas modalidades de assistência entre os profissionais do hospital. “O objetivo é socializar as informações sobre a nova política de saúde mental que preconiza atualmente que o paciente seja tratado de preferência na comunidade para viabilizar a sua reintegração, diminuindo o estigma do preconceito que é notório em relação às pessoas portadoras de distúrbios mentais”, destaca a diretora. Segundo ela, o hospital já vem buscando se adequar a nesse novo conceito. “A intenção da atual administração é colocar o hospital dentro dessas normas que preconiza essa nova política. Estamos intensificando na terapia ocupacional, a metodologia onde o paciente tem possibilidade de externar a sua criatividade. Além disso, estamos intensificando a parceria com a família porque é importante que o doente seja tratado dentro do ambiente familiar já que a doença mental afeta diretamente o doente e indiretamente a família”, revela Márcia Astrês.