Equipes multiprofissionais das maternidades de Teresina e dos municípios de Floriano, Picos, Piripiri e Parnaíba estiveram participando hoje da capacitação ao Projeto Nascer, um programa do Governo Federal em parceria com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.
O objetivo do projeto é a prevenção, num último momento, da contaminação pelo vírus HIV do bebê no momento do parto, caso a mãe seja portadora do vírus. “O projeto prevê a prevenção da AIDS quando o pré-natal não for suficiente para isso e a mãe não ter esse diagnóstico durante esse período. Nesse sentido nós ainda temos um último momento, que é na hora do parto quando fazemos um teste rápido para de imediato sabermos se a paciente é ou não portadora. Isso é muito importante porque estaremos prevenindo a transmissão vertical da Aids, evitando que o bebê se contamine no parto ou no aleitamento materno”, explica Sirley Ferreira, supervisora do Departamento do DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde.
Ela explica que esse processo teve início no ano passado com a capacitação de uma pequena equipe que deveria implantar o “Nascer” nas maternidades do Estado. “Mas esse pessoal só foi treinado e não iniciaram o trabalho. O Ministério chegou a mandar alguns insumos como inibidor de lactação e testes rápidos além da fórmula láctea para crianças com mães portadoras, mas isso estava sem uma vazão para as maternidades. Nesse sentido, conversamos com uma equipe do Ministério da Saúde e chegamos a conclusão de que precisávamos fazer uma capacitação. Participam desse treinamento médicos, obstetras, neonatologistas, enfermeiras, auxiliares e técnicos porque todos os profissionais que trabalham em sala de parto com a grávida terão que passar por essa capacitação”, diz a supervisora.
A técnica do Ministério da Saúde, médica e professora da UNB, Wânia Carvalho, explica que a importância do projeto é indiscutível. “No nosso país ainda existe um grande número de mulheres que não fazem o pré-natal. Desde o momento que a gente dispõe de uma terapia retroviral combinada e profilática e que reduz sensivelmente a níveis próximos de zero a possibilidade de uma criança filha de mãe portadora contrair o vírus é necessário um projeto como esse. Atuar na maternidade é uma oportunidade de recuperar aquela perdida durante o pré-natal porque se sabe que risco maior é durante o parto”, ressalta.
De acordo com Wânia, o projeto atua em três eixos. “Um é a estratégia de prevenção, o outro é a capacitação de recursos humanos e a distribuição de insumos. São ações conjugadas. Os estados já estão recebendo os seis itens de insumos e não adianta esse material chegar se os profissionais não estão preparados para usá-lo. O objetivo é trabalhar alguns aspectos relacionados ao atendimento dessa mulher na maternidade, alguns conceitos importantes como: acolhimento, aconselhamento, manejo clínico e ações de assistência adequada no parto e pós-parto e de vigilância epidemiológica”, diz a técnica.
Nos próximos meses essa capacitação deve ser continuada com cerca de dois ou três treinamentos por mês. “Esse é o primeiro treinamento, mas nós temos programado mais uns dez que deverão ocorrer durante todo esse segundo semestre porque é grande o número de profissionais do estado que ficam na sala de parto. Só na Evangelina Rosa são cerca de cem profissionais que devem ser treinados e como não podemos estar tirando todos esses profissionais de uma vez do serviço nós vamos treinando por equipe”, destaca Sirley Ferreira.