A decisão do governo de investir no tratamento de 50,5 mil tuberculosos até 2005 pode fazer com que o Brasil saia da desconfortável 15º posição entre os 22 países com maior incidência da doença no mundo. Para isso, serão aplicados R$ 119,5 milhões em programas de combate à tuberculose, transmitida pelo bacilo de Koch. O responsável pelo departamento de doenças transmissíveis na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Rodolfo Rodrigues, elogiou ontem a iniciativa brasileira durante cerimônia do Dia Mundial de Combate à Tuberculose. ''O assunto foi abandonado pelas autoridades em muitos países'', observou. ''É um tema que necessita de vontade política. Acho que em poucos anos, a situação estará melhor no Brasil.'' Segundo Rodrigues, há uma emergência global relacionada à tuberculose, com dois bilhões de infectados no mundo, três milhões de mortes por ano e 8 milhões de novos casos anuais. A estimativa do Programa de Controle de Tuberculose do Ministério da Saúde é de que existam no país 119 mil pessoas infectadas e 85 mil portadoras da doença, das quais seis mil correm risco de morrer ainda neste ano. ''Isso é resultado da debilidade e da falta de estrutura em que o Sistema Único de Saúde (SUS) opera, é preciso buscar soluções'', afirma o secretário-executivo do ministério, Gastão Wagner de Sousa Campos. Além de reduzir pela metade o número de mortes decorrentes da tuberculose, o governo pretende aumentar de 70% para 85% o percentual de cura da doença no país. Para implementar o plano, o governo pretende ampliar as equipes de saúde e treinar agentes, auxiliares, enfermeiros e médicos para acompanhar os tratamentos. De acordo com dados oficiais, em 12% dos casos os pacientes abandonam o tratamento após o desaparecimento dos sintomas da doença. Fonte: Brasil/ SAÚDE