Cerca de 180 profissionais da área da saúde estiveram reunidos no último final de semana em Salvador durante a Conferência sobre Mortalidade Materna no Nordeste. O evento serviu para nortear as secretarias estaduais de Saúde do Nordeste a elaborarem os seus pactos pela Redução da Mortalidade Materna.
Neste sentido, a Secretaria Estadual da Saúde realizará, nos dias 14 e 15 deste mês, no auditório do Real Palace Hotel, o Seminário Estadual do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.
Devido a I Conferência Estadual de Saúde Bucal, o secretário Bruno Figueiredo não pode comparecer ao evento de Salvador. No entanto, cerca de 12 profissionais representaram o estado do Piauí na conferência, que discutiu os índices de mortalidade materna nos estados do Nordeste, na perspectiva de se traçar políticas capazes de reduzir os altos índices dessas taxas.
Além disso, um dos objetivos do encontro era promover o diálogo, a discussão e o compromisso entre um amplo espectro de interessados, como setores governamentais, sociedades científicas, conselhos profissionais, uniões trabalhistas, a sociedade civil e comunicadores, no intuito de discutir estratégias para reforçar a implementação do Pacto no Nordeste.
De acordo com a técnica do Ministério da Saúde, Maria José Oliveira, no Brasil, a mortalidade materna teve uma queda nos anos de 1982 a 1985, sendo que a partir de 1998 o índice voltou a subir. No entanto, segundo ela, “o pacto pela Redução da Mortalidade Materna não pode ter a mesma linha em diferentes regiões do país, uma vez que a realidade em relação as mortes é diferente em cada região”, disse.
Maria José ressaltou a importância de se ter um profissional sensibilizado e capacitado para atender as mulheres durante o parto. “A sensibilidade do profissional, às vezes, é mais importante que o conhecimento técnico, uma vez que este conhecimento você pode aprender a qualquer momento”, comentou.
Ao longo dos dois dias de Conferência foram discutidos temas como Mortalidade Materna e Pobreza no Brasil, O Papel de cada um na Redução da Mortalidade Materna, O papel da sociedade civil, Boas Práticas na Atenção Obstétrica, as Parteiras Tradicionais, os Comitês de Mortalidade Materna, dentre outros, reunindo profissionais altamente gabaritados no assunto.
Dados da mortalidade no Estado
De acordo com a diretora da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Oneide Rocha, no ano passado, em Teresina, houve 19 óbitos maternos em 11156 partos realizados na maternidade Evangelina Rosa. Destes, apenas uma era residente em Teresina, seis vieram do interior e doze vieram do Maranhão. “O coeficiente de morte materna nesse ano foi de 171,72 por 100 mil nascidos vivos. Em relação a esse número de partos de 2003, o coeficiente de mortalidade neonatal é de 17,58 por mil nascidos vivos”, diz.
Pelo pacto do Ministério da Saúde, os índices devem ser diminuídos em 15% até o final de 2006 e em 75% até 2015. No Brasil, em cada 100 mil nascidos vivos, ocorrem 74,5 mortes de mulheres. No caso das crianças, a cada mil nascidos vivos, 18,3 morrem nos primeiros 28 dias de vida.