Foi instalado nesta terça, durante solenidade realizada no auditório da Facime, o Comitê Gestor Estadual do SAMU 192 no Piauí. Durante o evento, o secretário estadual da Saúde, Bruno Figueiredo, deu posse ao comitê, que possui membros da Polícia Rodoviária Federal, Defesa Civil, Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Medicina, Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria de Segurança, dentre outros órgãos. Todos os prefeitos e secretários municipais de saúde das cidades que serão contempladas com as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram convocados a participar desta reunião. De acordo com o diretor da Unidade de Descentralização da Sesapi, Geraldo Magela, cabe ao Comitê Gestor Estadual o papel de organizar e fazer a gestão do Samu no estado do Piauí. “O comitê tem o papel de elaborar um plano diretor de urgência do SAMU voltado para a organização de todo o sistema de urgência nas unidades de saúde do Estado”, explica. O diretor ressalta que o projeto Samu do estado do Piauí já foi aprovado e que até o final da semana que vem estará sendo enviado o restante da documentação necessária para que o estado seja habilitado. “Inclusive uma das exigências do Ministério da Saúde para a implantação do Samu era a criação do Comitê Gestor”, diz Magela. O que é SAMU? O SAMU é parte da Política Nacional de Atenção às Urgências do governo federal, criada com o objetivo de organizar o sistema nacional de urgência e emergência, integrando remoções e atendimentos hospitalares. Além de ser um serviço do Ministério da Saúde para reduzir o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as seqüelas decorrentes da falta de socorro precoce, também contribui para o direcionamento de outras políticas públicas no país, porque forma um banco de dados de ocorrências nacionais. Gerando, ainda, novos postos de trabalho na área da saúde. Até o final de 2004, o Ministério da Saúde vai investir R$ 297 milhões na compra de novos equipamentos, para garantir atendimento de urgência a 118 milhões de pessoas em 1.700 municípios. Esse investimento inclui a instalação de 132 Centrais de Regulação do SAMU/192, além da compra de 1.480 ambulâncias de atendimento básico e UTI's móveis. Além desses recursos, serão aplicados anualmente mais R$ 180 milhões no custeio dos serviços. Das 1.480 ambulâncias que estão sendo adquiridas pelo Ministério da Saúde este ano, 480 serão entregues a 229 municípios até o final de junho. Esses veículos permitirão a ampliação do atendimento do SAMU/192 de 20 milhões para 65 milhões de habitantes no Brasil. Até o final de julho, o serviço receberá mais 600 ambulâncias e a capacidade de atendimento subirá para 83 milhões de pessoas em todas as regiões do País. O Ministério da Saúde utiliza os padrões internacionais de atendimento móvel de emergência, que preconiza uma ambulância básica para cada 100 mil habitantes e uma UTI móvel para cada grupo de 500 mil. Hoje, o SAMU/192 está presente em 11 cidades: São Paulo (SP), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Vitória da Conquista (BA), Campinas (SP), Natal (RN), Betim (MG) e Belém (PA). Ao implantar o SAMU/192, o Ministério da Saúde passa a investir diretamente em um tipo de serviço que antes era financiado exclusivamente por estados e municípios: o atendimento móvel de urgência. Com o programa, o Ministério assume a responsabilidade pela aquisição de 100% das novas ambulâncias de atendimento básico e UTI's móveis e dos equipamentos que compõem as Centrais de Regulação (computadores, software, rádios comunicadores), pelo investimento na renovação da frota e por 50% do custeio mensal do SAMU/192. Funcionamento – O serviço móvel de atendimento pré-hospitalar é o que chega rapidamente às pessoas, em qualquer lugar. Ele conta com equipes de suporte básico - auxiliares e técnicos de enfermagem - capacitadas para o atendimento de urgências com risco moderado de vida, e equipes de suporte avançado - médicos e enfermeiros - para atendimento de casos graves. Para acionar o SAMU/192, basta uma ligação gratuita para o telefone 192. Os pedidos de socorro são atendidos nas Centrais de Regulação, que funcionam 24 horas, sempre com a presença de um médico. Esse profissional faz a triagem das ocorrências, para racionalizar o atendimento e orientar sobre a urgência de cada caso. Impacto social – A experiência internacional comprova que o atendimento precoce oferecido pelas equipes do SAMU/192 contribui para reduzir a mortalidade, o tempo de internação e as seqüelas nos pacientes. Além disso, organiza e agiliza a assistência médica. O serviço permite ainda a adoção de ações intersetoriais. Por exemplo, se em uma esquina ocorre grande número de atropelamentos, o atendimento identifica a necessidade de medidas de educação para o trânsito e de melhoria de sinalização e fiscalização nas vias públicas de um determinado município. Em outra frente, o SAMU/192 amplia a identificação de doadores potenciais de órgãos para transplantes, melhora a notificação de acidentes de trabalho e violências contra mulheres, crianças e idosos. E se em uma cidade aumentar a ocorrência de uma determinada doença transmissível, como a meningite, a Central de Regulação notificará as autoridades sanitárias daquele município, para permitir a adoção de medidas preventivas.