Teve início hoje o Seminário Estadual do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. O evento é promovido pela Secretaria Estadual de Saúde, Diretoria de Unidade de Vigilância e Atenção a Saúde (DUVAS), Gerência de Atenção a Saúde e Coordenações de Atenção a Saúde da Mulher e Saúde da Criança.
O Pacto foi lançado em março deste ano pelo Governo Federal e está sendo discutido em todos os Estados, para que cada um possa construir o ´Pacto Estadual´.
O objetivo do Pacto é contemplar estratégias e ações de saúde mais efetivas, que possibilitem contribuir de forma significativa para a redução da mortalidade materna e neonatal no país.
De acordo com a coordenadora de Atenção a Saúde da Mulher, Maria Auzenir de Moura Fé, o pacto visa melhorar o acesso e a qualidade de assistência à mulher e os cuidados com os recém-nascidos.
No Piauí, a Razão da Mortalidade Materna tem um percentual de 56,81 para 100 mil nascidos vivos e a taxa de mortalidade infantil é de 20,91 para 100 mil nascidos vivos.
As mortes, segundo ela, podem ser evitadas e muito já se tem feito para diminuir esses dados estatísticos. A expansão do Programa Estadual de Saúde da Família, por exemplo, que já cobre 90% dos municípios de todo o Estado é uma das tentativas. “O importante é que com a expansão do PSF do Estado, o trabalho já repercute nas taxas”, comenta Auzenir, acrescentando que até o ano de 2002 era 84,37% de mortes, para cem mil nascidos vivos e hoje é em torno de 60%.
Segundo a coordenadora, a meta é reduzir esses índices em até 15%, tanto da mortalidade materna, quanto da mortalidade neonatal, ou seja, de crianças de zero a 28 dias de vida.
A coordenadora de Atenção a Saúde da Criança, Carmem Ramos, diz que é preciso se fazer uma reflexão em cima dos dados. Ela explica que as estatísticas não condizem cem por cento com a realidade, porque existem ainda muitos casos de mortes de crianças que não são registradas. “Na maioria dos casos as mortes poderiam ser evitadas, com a melhoria do acesso aos serviços prestados a mulher, com serviços e profissionais qualificados de modo geral”, diz Carmem.
De acordo com a coordenadora, os partos realizados em hospitais chegam a 97%, ou seja, praticamente não existem mais partos domiciliares. "Isso não justifica os números de mortes registrados", afirma.
No ano de 2003 foram registrados 20.9% de mortalidade infantil até um ano de idade e 13,5% de mortes, com crianças de zero a 28 dias (período neonatal).
A presidente da Fundação Municipal de Saúde, Amarilies Borba, enfatiza que os casos de hipertensão gravídica é uma das doenças mais graves que atingem ainda um grande percentual de mulheres e que leva a morte.
O seminário Estadual do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e neonatal contou também com a presença das representantes do Ministério da Saúde, na área da Mulher, a doutora Regina Viola e a representante na área da Criança, doutora Sônia Salviano.
O seminário começou hoje e prossegue amanhã, no horário de 8h às 18h, no Auditório do Hotel Real Palace, localizado na Rua Areolino de Abreu, Nº 1217, centro.