O cantor Ney Matogrosso se reuniu hoje o secretário estadual da Saúde, Bruno Figueiredo, acompanhado da Coordenadora Nacional de Dermatologia Sanitária do Ministério da Saúde, Rosa Castália. A visita fez parte de uma programação especial montada Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan/PI). Durante a reunião, o cantor ressaltou que a hanseníase é uma causa muito esquecida e por isso resolveu se tornar um voluntário do Morhan. “Os dados sobre a hanseníase no país chegam a assustar. E vale ressaltar que, em número de casos, o Brasil só perde para a Índia”, destacou. Segundo Ney Matogrosso, a falta de informação é um dos fatores para o grande número de casos da doença no país. “Eu, como 99% dos brasileiros achava que doença não existia mais. Então, falta informação sobre a doença no Brasil e por isso eu me coloquei à disposição para levar esta informação de forma que possamos combater e eliminar a doença”, disse. Para o cantor, o combate à hanseníase tem sido prioridade do Ministério da Saúde. “É uma vergonha o Brasil ainda ter casos da hanseníase, mas tenho observado que o presidente Lula é um presidente mais humano e que vem dando total apoio à luta dos movimentos pela eliminação da doença”, ressaltou Ney. O secretário estadual da Saúde, Bruno Figueiredo, ressaltou que além da eliminação da doença, é preciso que seja eliminado o preconceito que existe em torno dela. “Temos implantado uma série de ações no Estado no sentido de eliminar a doença. Vale ressaltar que é uma doença que tem cura”, comentou. O cantor Ney Matogrosso visita hoje a tarde o Centro Maria Imaculada, que realiza um trabalho de diagnóstico, tratamento e reabilitação dos hansenianos e grava para uma campanha que será lançada pela Secretaria de Saúde no Estado. Situação da Hanseníase no Piauí O Estado do Piauí está entre os estados com maior endemia do país e parece existir uma tendência no aumento da transmissão, provavelmente devido ao diagnóstico tardio causado pelas dificuldades de acesso. Em 2003 foram diagnosticados 1.789 casos novos residentes, apresentando assim uma taxa de detecção de 6,1 casos/10.000hab. 1 1,8/10.000hab em menores de 15 anos, demonstrando nível endêmico muito alto segundo parâmetro nacional. Dos 1.789 pacientes diagnosticados, 91,3% foram avaliados quanto ao grau de incapacidades e 3,1% apresentam algum tipo de incapacidade. Dos casos curados, 65,6% foram avaliados GI no momento da Cura e 2,2% dos curados apresentam algum grau de incapacidade. O programa de controle da Hanseníase no Piauí cobre 96,4% dos municípios abrangendo 98,6% da população do Estado.