No Brasil, a estimativa de gestantes HIV positivas é de 16.000. No caso da sífilis, a incidência é quatro vezes mais freqüente e atinge cerca de 60.000 gestantes ao ano. No Piauí, até agosto do ano passado foram notificados à Secretaria Estadual da Saúde 2051 casos de AIDS. Destes, 53 são em pessoas menores de 13 anos, que adquiriram a doença através da transmissão vertical do vírus.
A transmissão vertical é aquela em que ocorre da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. Dentre as recomendações para se evitar a transmissão vertical da AIDS ou sífilis estão: Usar camisinha mesmo durante a gravidez, não usar drogas, principalmente as injetáveis, fazendo o teste anti-HIV ou o exame de sífilis. O tratamento no bebê de mãe HIV positivo se estende até o 42° dia (um mês e meio) depois do parto.
Para sensibilizar gestantes, profissionais e gestores de saúde para a importância da qualidade do atendimento durante o pré-natal, com o oferecimento dos testes para o HIV e para a sífilis durante a gravidez e o tratamento dessas doenças, a Secretaria Estadual da Saúde está lançando uma campanha de combate à transmissão vertical do HIV e Sífilis.
Na última segunda-feira foi realizada uma reunião em que foram acertados os detalhes sobre a campanha, que tem como tema “Na gravidez, só transmita amor!” e deve ser lançada no mês de março. Participaram da reunião a supervisora do Centro de Testagem e Aconselhamento, Rosângela Monte, a aconselhadora do centro, Lílian Araújo, a gerente de Atenção à Saúde da Sesapi, Isabel Cristina Bastos e a técnica de prevenção da coordenação de DST/AIDS, Miriam Lages.
A campanha será executada principalmente nas salas de espera de maternidades e postos de saúde do Estado, onde será distribuído material informativo e exibido um vídeo-documentário alertando para a importância de se fazer o teste anti-HIV durante a gravidez.
Segundo a aconselhadora do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Lílian Araújo, esta é a primeira vez que a Secretaria realiza uma campanha com esta conotação. “Nunca foi produzido nenhum vídeo educativo ou qualquer outro tipo de material sobre a transmissão vertical do HIV no Estado”, afirma.