A violência sexual é um fenômeno que atinge mulheres de todas as classes sociais, etnias e culturas, e o impacto deste agravo é intenso e devastador na saúde física. Recentemente, o Governo do Piauí, através da Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi), criou o Serviço de Atendimento Médico às Vítimas de Violência Sexual, que funciona na Maternidade Dona Evangelina Rosa.
Para discutir a questão e a sistematização da rede de assistência integral e proteção à mulher, a Coordenação de Atenção à Saúde da Mulher da Sesapi realiza, no período de 16 a 18 deste mês, na Maternidade Dona Evangelina Rosa, a 3ª Oficina sobre Violência Sexual.
A oficina tem como público-alvo os profissionais do Serviço de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Sexual (SAMVVS) da Maternidade. Na oportunidade, serão apresentadas as ações já realizadas e um estudo de casos de violência sexual contra a mulher.
Segundo a diretora do SAMVVS, Maria Castelo Branco, até o dia 19 de janeiro, já haviam sido registrados 14 casos de pacientes vítimas de violência sexual. O atendimento à mulher é feito por uma equipe de multiprofissionais, como médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
O atendimento de emergência é feito até as primeiras 72 horas após o estupro para que a paciente possa receber o medicamento que evita a gravidez indesejada, a medicação de prevenção de doenças venéreas, além da imunoglobina contra a hepatite e orientação para prevenção de HIV.
Após a emergência, as pacientes são encaminhadas para o ambulatório, onde recebem o atendimento ginecológico para prevenção contra o câncer e orientação para planejamento familiar e psicológico.
“Estamos procurando melhorar, adequar os serviços às necessidades encontradas”, comenta a médica Maria Castelo Branco, exemplificando a doação de vales-transportes como sendo um dos benefícios concedidos às vítimas de violência sexual.
O SAMVVS foi implantado oficialmente no dia 22 de outubro do ano passado e funciona 24 horas por dia. O atendimento é integral, incluindo o do médico pericial, que é feito por dois médicos-legistas, que também ficam de plantão por 24 horas.
A diretora do SAMVVS ressalta que o corpo clínico da Maternidade Dona Evagelina Rosa está sendo sensibilizado para o atendimento às vítimas de violência sexual. Por conta disso, segundo Maria Castelo Branco, estão sendo oferecidas oficinas programadas pela coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher, da Sesapi, Auzenir Moura Fé.
Números - O número de mulheres vítimas de violência sexual atendidas pelo SAMVVS na Maternidade aumentou. A estatística do mês de dezembro mostra um total de 14 atendimentos às mulheres vítimas de violência sexual, dos quais 57% são adolescentes. O agressor foi, na maioria dos casos, pessoas do círculo de conhecimento da vítima.
Cerca de 50% dos casos registrados são de Teresina e o restante de cidades do interior do Estado. Entre as mulheres vitimadas, uma tem curso superior. Outros 36% dos casos aconteceram na própria residência da vítima, e o horário foi no período noturno, entre 22h e 6h.