A diretora geral do Hospital Getúlio Vargas, Joana Zélia Arcoverde, disse ontem em audiência com a Promotora de Justiça, Claúdia Seabra, coordenadora do Centro de Defesa Operacional do Ministério Público que o HGV é um hospital de referência para todo o Piauí e outros Estados e atende uma média
de 8 mil casos de urgência por mês e realiza cerca de 1.500 internações mensais.
Além dos 20 mil atendimentos ambulatoriais. "Um hospital com essa importância não pode somente ter problemas. Acredito que as pessoas procuram o HGV devido o nível de resolutividade do hospital", declarou.
Segundo ela, o modelo assistencial do SUS é instituído pela Lei Orgânica 8.080/90 é descentralizado e hierarquizado por nível de complexidade crescente. "Este modelo, assim organizado visa justamente o cumprimento dos princípios doutrinários do SUS que são universalidade, integralidade e equidade da assistência. A não adequação do atendimento de urgência em serviços da rede de saúde do Estado e Estados vizinhos, ocasiona a superlotação dos serviços do Pronto-socorro, superando em muito a sua
capacidade de oferta e prejudicando o atendimento aos pacientes mais graves com maior risco de vida", declarou Joana Zélia.
Ela acrescenta que o HGV é o único hospital que realiza cirurgias nas especialidades de urologia, ortopedia, otorrinolaringologia, neurologia, aparelho digestivo, ginecologia e oftalmologia. "O que compromete totalmente a capacidade instalada do órgão", explicou.
Segundo Relatório por Motivo/Causa da não Realização de Cirurgias no HGV, no mês de janeiro de 2005, das 778 agendadas, apenas 3,5% não foram efetivadas devido à falta de material, equipamentos e sangue.
O diretor administrativo, Carlos Henrique, afirma que existem filas devido ao agendamento das cirurgias que devem obedecer a um cronograma previamente estabelecido de acordo com as necessidades do paciente e a disponibilidades dos especialistas.
Atendimento a outros Estados
Cerca de 26,80% dos pacientes atendidos no Hospital Getúlio Vargas são provenientes de outros Estados como Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins. Os dados são do Diagnóstico/ 2004, realizado pela Assessoria de Planejamento do HGV.
Joana Zélia acrescenta que a área de abrangência da assistência do hospital é tão extensa, que além de atender todo o Piauí, o HGV se tornou referência para outros Estados na área de saúde.
Somente no ano passado, aconteceram 14.677 internações, desse total 26,80% eram de pacientes dos Estados do Maranhão, Ceará, Pará e Tocantins. Foram realizadas no mesmo período, cerca de 14.475 cirurgias e 158.032 atendimentos ambulatoriais nas diversas especialidades que o hospital dispõe, como clínica médica, ginecologia, ortopedia e traumatologia, neurologia, dermatologia, nefrologia, etc.
Somente exames complementares de diagnóstico e tratamento, foram realizados cerca de 115.91 nas áreas de análise clínica, diagnóstico por imagem, endoscopia, anatomia patológica e citologia.
HGV melhora indicadores de Avaliação
O Hospital Getúlio Vargas registrou nos últimos anos uma melhora nos indicadores de produção, produtividade e qualidade. Um dos indicadores de qualidade que teve uma melhora foi à taxa de mortalidade que caiu de 3,60% em 2000 para 2,57% em 2004. Para o diretor técnico, Salustiano Moura, esses dados demonstram que a equipe do HGV tem trabalhado integrada para melhorar a qualidade dos serviços.
Os dados da Avaliação apontam que melhorou também os indicadores de produtividade. Hoje a média de ocupação do Hospital é de 79,43% enquanto que em 2000 era de 64,51%, segundo Moura, esse aumento deve-se ao crescimento da demanda e um bom gerenciamento dos leitos resultando na otimização da
ocupação, isto é, ocupar os leitos disponíveis da melhor forma possível.
A média de permanência de pacientes no hospital caiu 8,0% em 2000 para 5,37% em 2004. Salustiano Moura disse que a equipe tem procurado agir com maior resolutividade. "temos procurado dar alta ao paciente e suprir as necessidades de medicamentos e outros suprimentos no tempo correto e não deixar pacientes esperando por atendimento e maior envolvimento do profissional".
Segundo dados da Avaliação dos Indicadores a média de cirurgias mensais no HGV hoje é de 1.346 enquanto que em 2002 era de 1.248. A média de internações atualmente é de 1.491 enquanto que em 2002 era de 1.380.
Salustiano Moura credita esse aumento numa maior otimização dos leitos e envolvimento dos profissionais em melhorar cada vez mais os serviços oferecidos no Hospital Getúlio Vargas.