O Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, de São Raimundo Nonato, recebeu ontem, o título de Hospital Amigo da Criança, conferido pela Organização Mundial de Saúde e pela Unicef. Em todo Brasil, apenas 300 hospitais possuem o título, doze deles estão no Piauí.
Para garantir o título, o hospital de São Raimundo Nonato foi totalmente preparado. Todos os funcionários, desde os zeladores até os médicos receberam um treinamento especial.
Além disso, o hospital recebeu algumas reformas de adequação no sentido tornar a vida da mãe e dos bebês mais confortável. “O mais importante é que nós cumprimos os dez passos para o incentivo ao aleitamento materno. Treinamos todos os funcionários do hospital, desde as pessoas que trabalham em serviços gerais até os médicos, especialmente quem trabalha diretamente com as mães. Treinamos os vigias, pessoal da limpeza, da cozinha já que todos precisam falar a mesma língua, orientando as mães para darem de mamar aos bebês nos primeiros seis meses de vida. Assim o bebê cresce mais sadio e mais inteligente e sem falar que a mãe não vai precisar comprar nem remédio nem leite artificial”, explica a diretora do hospital, Dulce Koshimura.
No Senador Cândido Ferraz, todas as mães que dão entrada no hospital recebem uma palestra sobre as necessidades básicas dos bebês e se consultam regularmente com nutricionistas e pediatras. “A criança tem consulta de puericultura com o pediatra em que a mãe é orientada se porventura ela tiver alguma intercorrência. O pessoal do Programa Saúde da Família também recebeu o treinamento”, ressalta Dulce.
Além de tudo isso, todos os bebês que saem do hospital de São Raimundo Nonato fazem o teste do pezinho e já saem com sua certidão de nascimento. “Tudo que podemos fazer para melhorar a vida das mães e das crianças estamos fazendo. É por isso que nosso hospital recebe com muito orgulho esse título”, diz a diretora.
Segundo a assessora do Ministério da Saúde na área de saúde da criança, Sônia Trindade, o título é fundamental para o Estado, para a cidade e para a região. “O hospital ser uma instituição Amigo da Criança é de extrema importância porque passa uma mudança de procedimento de rotina e mudando esta rotina muda também a realidade do município e da região, que engloba mais de 36 municípios, de forma a promover uma redução considerável da mortalidade infantil nesta região”, disse.
Sônia destaca que a grande diferença quando o hospital é Amigo da Criança é que a mãe que for atendida neste hospital terá a certeza de que é bem apoiada desde a hora do parto até a hora da alta, principalmente no que se refere ao aleitamento materno.
De acordo com a coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Estadual da Saúde, Carmem Viana, foram realizados inúmeros treinamentos de manejo e promoção do aleitamento materno totalizando trinta e dois hospitais do estado com equipes treinadas para implementar a Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Além disso, foi realizada a reavaliação em oito dos hospitais já detentores do título.
VANTAGENS
Para a mãe
O Hospital que possui o título de Amigo da Criança tem, entre outras vantagens, a garantia de que a mãe terá menos probabilidade de ter câncer de útero, ovário, câncer de mama e osteoporose. Além disso, a mãe volta ao peso normal mais rapidamente.
Para o bebê
Além de ter uma vida mais saudável, aumenta o vínculo com a mãe.
Dez passos para o incentivo ao aleitamento materno
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, transmitida rotineiramente a toda a equipe de cuidados de saúde.
2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia-hora após o nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas dos seus filhos.
6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
7. Praticar o "alojamento conjunto" - premitir que as mães e bebês permaneçam juntos - 24 horas por dia.
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
10. Encorajar o estabelecimento de grupo de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar ou ambulatório.