O Teste do Pezinho foi implantado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi), através do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), no município de São José do Peixe. Segundo o diretor da Unidade de Saúde Teresa Cristina, Luziano Miranda de Sousa, a instalação do teste significa um avanço para o município. “Antes, as pessoas tinham que levar os bebês até Floriano ou Teresina para fazer o teste. Algumas famílias pagavam pelo serviço e muitas deixavam de fazer o exame devido à falta de condições”, relata o diretor. Para a realização do teste, o hospital capacitou um enfermeiro e auxiliares. A Unidade de Saúde de São José do Peixe está preparada também para fazer o exame em crianças de municípios vizinhos. Luziano Miranda diz que a meta é reduzir a mortalidade infantil a partir da identificação das doenças através do teste. O Teste do Pezinho é um exame de alta precisão, capaz de detectar muitas doenças em estágio inicial. Ele deve ser feito gratuitamente logo após o nascimento, com 2 ou 3 dias de vida, na unidade de saúde onde o bebê nasceu. Algumas das principais doenças que podem ser detectadas através do Teste do Pezinho são: Fenilcetonúria (PKU) - Doença genética que decorre da deficiência ou ausência da enzima que atua sobre a fenilanina, causando o acúmulo deste aminoácido no sangue das pessoas afetadas. A doença, se não for diagnosticada de imediato, pode acarretar grave retardamento mental nos indivíduos portadores. Aminoácidopatidas - Doença na qual o organismo não consegue digerir um aminoácido específico. O tratamento consiste em dietas específicas para cada tipo de aminoácido. Hipotireoidismo Congênito (HC) - Doença causada pela produção deficiente dos hormônios da tireóide. Neste caso, podem ocorrer deficiências físicas e mentais em graus variados. Hiperplasia Adrenal Congênita - Produção de hormônios em grandes quantidades pela hipófise, resultando na estimulação demasiada da glândula adrenal. Os androgênios secretados durante o desenvolvimento do feto feminino podem causar a masculinização da genitália externa; no feto masculino, os órgãos sexuais se apresentam normais, mas a precocidade sexual torna-se aparente alguns meses depois. Nos indivíduos afetados, há crescimento acelerado e maturação óssea precoce, de modo que a estatura baixa é o resultado típico final. Fibrose Cística - Doença genética que causa problemas de absorção nos recém-nascidos e nas crianças. A doença é responsável por anormalidades na secreção de muco, disfunção pancreática, problemas hepáticos, anormalidade da genitália masculina e insuficiência respiratória, dentre outras disfunções. Galactosemia - Doença hereditária causada por uma deficiência no metabolismo da galactose (açúcar presente no leite e seus derivados). Os indivíduos portadores da doença possuem níveis elevados de galactose no sangue, o que pode acarretar problemas como: vômitos, diarréia, dilatação do fígado, icterícia e, em alguns casos, retardamento mental. Deficiência de Biotina - Incapacidade do organismo de reter a vitamina biotina dos alimentos. Esta vitamina é muito importante para a atividade de várias enzimas, e a deficiência desta pode causar convulsões, ataxia, hipotonia, dermatite e atraso no desenvolvimento. Toxoplasmose Congênita - Nos indivíduos imunologicamente imaturos (como o recém-nascido), o Toxoplasma gondii (protozoário) pode atacar vários órgãos e tecidos, causando as formas graves de toxoplasmose e originando problemas meningoencefálicos, hepáticos, renais e oculares. Hemoglobinopatias - Doenças genéticas decorrentes de anormalidades na estrutura ou na produção da hemoglobina (molécula presente nos glóbulos vermelhos e responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos). As doenças mais freqüentes relacionadas a estes distúrbios são: anemia já na infância, atraso de crescimento e esplenomegalia.