A Coordenadoria Estadual para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Ceid), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi), realiza o programa de Triagem Neonatal no Estado - Teste do Pezinho, através do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). O teste é feito em conjunto com o Hospital Infantil Lucídio Portella.
O Lacen é responsável pelos exames, cadastramento e treinamento, enquanto o hospital realiza o tratamento e o acompanhamento. O teste do pezinho tem o objetivo de diagnosticar precocemente as doenças, viabilizando o tratamento e evitando seqüelas. Os pais devem levar a criança para realizar o teste no período de 3 a 7 dias depois do nascimento.
O processo de coleta do material para exame ocorre com uma punção na lateral do calcanhar da criança e o sangue é dispersado em papel de filtro. Esse papel é seco à temperatura ambiente. Depois de 3 horas guardado em geladeira, o papel seca e fica preparado para o procedimento seguinte. Os técnicos enviam esse material, via Correios, para o laboratório, onde o exame é processado.
O programa se constitui da parte técnica, que é o Lacen, e de tratamento da criança, realizado em parceria com o Hospital Infantil. Se, por exemplo, for detectada a fenilcetonúria (doença genética que decorre da deficiência ou ausência da enzima que atua sobre a fenilanina, causando o acúmulo deste aminoácido no sangue das pessoas afetadas), o tratamento da criança é realizado com os médicos do Hospital Infantil, que estão engajados no programa. O tratamento é custeado pelo Governo Federal.
Etapas do teste - O teste do pezinho é realizado em três etapas. A primeira inclui dois exames: o de TSH (Hormônio Estimulador da Tireóide) e o de fenilcetonúria. A segunda etapa é o exame da hemoglobinopatia (decorrente de anormalidades na estrutura ou na produção da hemoglobina). A terceira fase inclui a fibrose cística (responsável por anormalidades na secreção de muco, disfunção pancreática, problemas hepáticos, anormalidade da genitália masculina e insuficiência respiratória, dentre outras disfunções).
“Estamos vivendo a primeira fase, porque a segunda só vai ser implantada quando 50% dos municípios do Estado estiverem sendo atendidos pelo teste do pezinho. Hoje, temos quase o percentual a ser atingido”, destacou a farmacêutica-bioquímica Walterlene de Carvalho Gonçalves, do Lancen.
Seqüelas - O ideal é fazer a coleta de 3 a 7 dias. "Um exemplo que já ocorreu foi o caso de uma mãe que levou a criança com 3 meses para realizar o teste. A criança já tinha seqüela neurológica. Na maternidade, eles informam que o aconselhável é a realização do exame nas crianças de 3 dias a 3 meses. Só que há crianças que com 1 mês de vida já têm seqüelas. É necessário conscientizar as famílias que o ideal é fazer o exame com 3 a 7 dias", informa a assistente social Lia Raquel, do Lacen. "Na maioria dos casos, as mães, com receio pelos filhos estarem sensíveis e frágeis, acabam prolongando o prazo para a realização do teste, o que ocasiona um diagnóstico tardio, com seqüelas”, completou.
Nos municípios, é preciso haver maior conscientização quanto à realização da coleta e do envio para o laboratório do exame. “Após a coleta, o municipio tem que enviar imediatamente e não esperar por uma grande quantidade de coletas para ser enviado ao laboratório, pois, com a demora, quando o exame chega ao laboratório, a amostra já está seca demais, dificultando o diagnóstico do teste”, enfatiza Walterlene Gonçalves.
“As mães precisam se conscientizar da importância da realização do teste do pezinho nas crianças, pois, dependendo da dosagem, e se esta for muito alta, já podem estar com a seqüela maior. Há crianças com 1 mês, 2 meses que a pediatra do Hospital Infantil revelou que já estão com seqüelas. Então, é variável a quantidade, a contagem do exame. O melhor a fazer é a realização do exame precoce para a prevenção das doenças”, acrescentou Lia Raquel.
Fonte: CCOM