Técnicos da Secretaria Estadual da Saúde, Laboratório Central, Instituto de Doenças Tropicais Nathan Portela, Hospital Getúlio Vargas e Laboratório Central do Estado participaram hoje de uma reunião com o representante da Vigilância Epidemiológica em Doenças Respiratórias do Ministério da Saúde, Fernando Barros.
A reunião teve como objetivo montar no Estado um grupo de trabalho para elaboração do Plano Piauiense para Pandemia Aviária, que prevê ações nas áreas da vigilância epidemiológica da influenza humana e animal, organização da assistência, aquisição de um estoque estratégico de antivirais, investimentos para a produção nacional de uma vacina específica, informação e comunicação, defesa civil, ações em portos, aeroportos e fronteiras, dentre outros, e deve integrar um plano global do governo federal para o enfrentamento de uma situação emergencial como esta, caso ela venha a ocorrer.
O diretor do Nathan Portela, Carlos Henrique Nery, afirmou que não existem na América casos de gripe aviária. “Na américa não temos nenhum caso registrado de gripe aviária. Só temos casos na Europa e Ásia. Mesmo assim é importante esse grupo. Nosso medo é que a gripe aviária passe de aves para humanos. Daí a preocupação das autoridades de saúde em que evitar essa pandemia”, disse.
Há evidências de que este vírus da influenza aviária H5N1 estabeleceu boas condições de sobrevivência entre aves aquáticas no sudeste asiático, propiciando que a transmissão ave/homem continue a ocorrer, mesmo que de forma geograficamente circunscrita ao sudeste asiático. No entanto, tem havido mais recentemente a expansão geográfica de focos de influenza aviária para países de outros continentes, o que aumenta o risco de exposição dos seres humanos à aves infectadas.
Quanto mais casos de influenza aviária H5N1 em humanos, maior a chance de ocorrer uma mutação no vírus que permita sua transmissão ampliada na população mundial. Até o momento a transmissão inter-humana desta cepa ainda não está confirmada.
Sistema
Desde o ano 2000 o Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais, mantém um Sistema Nacional de Vigilância da Influenza, com os objetivos principais de monitorar a circulação dos vírus influenza em nosso meio e a morbimortalidade à ele associada.
O sistema baseia-se na manutenção de uma rede de unidades sentinela, composta por unidades de saúde/pronto atendimento, que semanalmente coleta material para diagnóstico laboratorial e informa a proporção de casos de síndrome gripal atendidos em sua demanda.
Atualmente, o Sistema de Vigilância da Influenza está implantado em 46 unidades sentinelas, a maioria localizada nas capitais de 21 estados das cinco regiões brasileiras, com previsão de implantação em todos os estados brasileiros até o final deste ano.