A Maternidade Dona Evangelina Rosa realiza até o próximo sábado, no auditório do Instituto de Perinatologia, o Curso de Enfermagem Neonatal, destinado a cerca de setenta profissionais de enfermagem, entre enfermeiras, auxiliares e técnicos da maternidade.
O curso tem como objetivo capacitar os profissionais, especialmente os que trabalham no berçário e UTI neonatal de média e alta complexidade, melhorando assim o atendimento aos recém-nascidos. Para tanto, foram convidados todos os profissionais de enfermagem da maternidade.
De acordo com a doutora em Enfermagem, Ana Walesca Siebra, que é professora da Universidade Estadual do Ceará e enfermeira do Hospital Albert Sebin, uma referência em hospital pediátrico do Brasil, o objetivo final do curso é melhorar os índices de mortalidade infantil. “A importância desse curso está relacionada com a melhoria do combate a mortalidade infantil já que hoje nós temos um cenário diferente de mortalidade. Antes o componente pós-neonatal provocava muito mais mortes e hoje a concentração de óbito esta no primeiro mês de vida. Essa concentração é ainda maior na primeira semana de vida, ou seja, de zero a sete dias”, explica Ana Walesca.
Sob essa nova perspectiva, Walesca destaca a importância de se atualizar esses profissionais sobre as mais recentes e modernas técnicas e procedimentos que muitas vezes pode salvar a vida dos bebês. “É imprescindível capacitar os profissionais que estão cuidando desses bebês nos primeiros dias das suas vidas. É nessa fase que eles precisam de uma atenção maior. Nesse curso eles estão revendo técnicas e conhecendo novos procedimentos já que o processo de assistência em saúde é dinâmico. È assim que vamos melhorar os indicadores de saúde perinatal”, ressalta a doutora.
Cursos como esse fazem parte de uma série de programas do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde para a melhoria efetiva dos índices de mortalidade materna no Estado.
Nesse sentido, o Estado criou recentemente o Comitê Estadual de Mortalidade Materna, que estuda as mortes das mães e suas causas. O comitê tem a função de elaborar políticas públicas para reduzir a taxa de mortalidade e melhorar a assistência obstétrica.
Este comitê faz parte de algo maior: o Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado em 2004. O objetivo do pacto é reduzir em 15%, até o final deste ano, os índices de mortalidade materna e de bebês com até 28 dias de vida.
De 2002 a 2004, o Ministério da Saúde registrou queda de 7,3% na mortalidade de crianças com até 28 dias de vida no país.
Em maio, de 15 a 19, a coordenação de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Estadual da Saúde irá realizar o Seminário de Assistência Obstétrica e Neonatal baseado em evidências científicas. O evento será voltado a diretores e chefes de obstetrícia e neonatal das maternidades do Estado e tem o objetivo de capacitar estes profissionais para a questão da mortalidade materna, bem como para a redução da taxa de mortalidade.