A coordenadora da Residência Terapêutica, situada no Bairro Tabuleta, assistente social e especialista em Saúde Mental Fátima Alves da Costa, disse nesta quarta-feira, 26, que o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi), desenvolve o Programa de Volta para Casa para pacientes que são tratados no Hospital Areolino de Abreu e que perderam contato com familiares ou que seja difícil a adaptação e convivência com a família.
Em Teresina, além da Residência Terapêutica, na Avenida Gil Martins, há mais uma no Bairro Porenquanto e outra no Bairro Aeroporto. Cada casa atende a seis pessoas, totalizando 18. Cada uma recebe 240 reais do Governo Federal. A parceria do Governo do Estado consiste em pagar os funcionários e o aluguel das três casas, que somam mil reais.
O programa é de iniciativa de Fátima Alves da Costa. Para ela, o Programa de Volta para Casa prevê que, em cada casa, morem de duas a oito pessoas, mas, segundo a coordenadora, o ideal é que morem no máximo seis pessoas. A terapeuta ocupacional Marta Evelin também teve participação importante no trabalho, além da psicóloga Alzira Carvalho.
Para Fátima Alves, o programa é pioneiro no Estado. "Trata-se de um programa de respeito à vida. Aqui, as pessoas não são tratadas; elas moram nesta casa, pois tiveram alta do Hospital Areolino de Abreu. Elas cuidam da casa, fazem caminhada todos os dias, vão ao supermercado, passeiam e freqüentam academias", disse.
Moram na Residência Terapêutica da Tabuleta Eliete Pereira Teixeira, 55, os maranhenses Derivaldo dos Santos, 27, José Rosa do Nascimento, 47, Maria Helena da Conceição, José Ribamar Ferreira, 50, e Antônio Francisco. Todos eles estiveram internados no Hospital Areolino de Abreu e perderam o contato com a família ou a convivência estava sendo difícil.
A moradora Eliete Pereira Teixeira, 55, disse que lá todos cuidam das tarefas da casa: varrem e passam roupa. "É muito bom porque trabalhamos e arrumamos as coisas e a casa, além de sermos bem tratados pelos amigos e pelas pessoas que tomam conta de nós. Eu gosto muito de ir ao supermercado fazer compra e também passear", comenta.
Na casa, existem ainda dois moradores que chamam atenção. Um deles é José Rosa, que viveu 35 anos no Hospital Areolino de Abreu e mora há três meses na nova casa. Ele é de Lago da Pedra, no Maranhão. Com a morte dos pais, morou com um tio, mas não deu certo. O outro é Antônio Francisco, que não sabia o nome. A coordenadora acionou o Ministério Público e este autorizou a expedição de novos documentos, e ele ganhou o nome de Antônio Francisco.