A Maternidade Dona Evangelina Rosa realiza uma média de 400 exames do teste da orelhinha mensalmente. O teste, que tem como objetivo detectar algum tipo de comprometimento auditivo, deve ser realizado após 48 horas de vida e até o 28º dia de vida. Nesse período, são maiores as chances de tratar ou reduzir o problema da surdo-mudez que compromete o aprendizado, a comunicação e o desenvolvimento da criança.
De acordo com os dados da Evangelina Rosa, 60% das mães deixam de fazer o exame. De cada 1.000 crianças que nascem por mês na maternidade, somente 400 fazem o teste da orelhinha. "Existe muita falta de informação entre as mães, todas as mães são orientadas a fazer o teste, mas menos de 50% voltam a maternidade para fazer", explica a fonoaudiológa responsável pelo teste da orelhinha, Adriana Rufino.
O teste da orelhinha foi implantado na Maternidade Dona Evangelina Rosa em outubro de 2005 e acontece de forma gradativa. No ano passado, foram incluídas somente as crianças de risco que poderiam ter problemas de audição, mas a partir de janeiro deste ano, o teste foi ampliado para todas as crianças que nascem na maternidade.
De acordo com a diretora geral da maternidade, Oneide Rocha, as crianças de risco são todas aquelas que nasceram com menos de 2,5 kg, crianças prematuras, crianças pequenas para a idade gestacional e essas que ficaram em incubadoras e respirador, além de crianças que sofreram estresse e estão sujeitas a esse problema.
Como o exame tem o objetivo de reduzir o problema da surdo-mudez que compromete o aprendizado e o desenvolvimento das crianças, as mães precisam ter consciência da necessidade desse teste. “Ele nasceu prematuro, ficou 27 dias na UTI e recebi orientação para fazer os testes do pezinho e da orelhinha, principalmente porque o plano que tenho não cobre isso e não posso fazer particular”, disse Ana Maria Silva, mãe pela primeira vez.
“A lei estadual que obriga as instituições e maternidades terem o teste da orelhinha é muito clara. Lá está dito que é de responsabilidade da instituição fazer o teste da orelhinha das crianças que nascem na maternidade. Cada maternidade tem que ter o seu serviço, nós temos mil nascimentos por mês e não dá para atender as crianças que nascem aqui e as que nascem fora”, explicou Oneide Rocha.
De acordo com a coordenadora para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Ceid), Rejane Dias, a realização do teste nos primeiros dias de vida permite que se possa detectar e tratar mais facilmente algum tipo de deficiência auditiva, impedindo a elevação desse tipo de deficiência.
“A mãe, quando tem alta, recebe orientação dos profissionais da maternidade para agendar o exame que elas têm que fazer”, disse Oneide Rocha. Segundo ela, as crianças que têm algum comprometimento auditivo detectado são encaminhadas para Novafapi, onde são feitos exames mais específicos e as crianças que necessitarem de aparelhos são encaminhadas para a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi).