A implantação de uma nova rede de saúde mental, mudando o modelo de atenção aos pacientes com transtornos mentais e dependência química, agora é uma realidade no Brasil e no Piauí através dos Centro de Apoio Psicossocial (CAPS). Os Centros são mantidos através do SUS e tem a proposta de resgatar a auto-estima dos pacientes restabelecendo o convívio social e familiar.
Hoje, existem 1.106 CAPS funcionando em todo o pais. No Piauí, são 20 centros localizados nos municípios de Batalha, Luís Corrêa, Piracuruca, Campo Maior, União, Oeiras, Uruçuí, Parnaíba, Água Branca, Piripiri, Bom Jesus, Floriano, São Raimundo Nonato, Barras, Miguel Alves e Picos. Teresina possui quatro centros.
A gerente de Atenção à Saúde Mental da Secretaria Estadual da Saúde, Edna Castelo Branco, conta que além destes centros outros seis já municípios já receberam incentivo do Ministério da Saúde e já estão implantando o serviço. São as cidades de São Pedro do Piauí, Luzilândia, Guadalupe, Paulistana, Altos e Angical. “A nossa função é o monitoramento e a supervisão para que estes serviços sejam implantados de acordo com a nova política de saúde mental, já que esse serviço é oferecido pelo município”, explica Edna.
Além deste, existem ainda 11 processos em tramitação no Ministério da Saúde para a criação de novos CAPS nas cidades de José de Freitas, Parnaíba, Pimenteiras, Valença, Campo Maior, Corrente, Buriti dos Lopes, Pedro II, Simplício Mendes, Pio IX e Francisco Santos.
Segundo a gerente a demanda mínima média de cada um desses centros é de 400 usuários ao mês. "Nós queremos dar aos usuários do CAPS um atendimento amplo, multidisciplinar, que favoreça a completa reintegração social deles", afirmou ela, que visitará pessoalmente essas instituições para conversar com os usuários e gestores. "A melhoria do atendimento já tem ocorrido, com a adesão dos gestores", disse.
A implantação do CAPS no Piauí obedece a portaria 336/2002, do Ministério da Saúde e é prevista na reforma psiquiátrica, em andamento no país. Há poucos anos, não havia nenhuma dessas instituições no Piauí. Hoje, eles estão implantados em Batalha, Luís Correia, Picos, Piracuruca, Campo Maior, União, Oeiras, Uruçuí, Altos, Parnaíba, Teresina, Piripiri, Bom Jesus, Floriano, Miguel Alves, Barras, Angical, Água Branca e São Raimundo Nonato.
O CAPS tem significado um novo diferencial no tratamento de doenças psiquiátricas. Ele trata, in loco, pacientes que antes tinham como alternativa o Sanatório Meduna, instituição privada e o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, do Estado. "Sabemos que Teresina é referência em atendimento psiquiátrico. Antes, muitos usuários vinham do interior e ficavam internados em uma dessas instituições, sem a presença dos familiares. Com o CAPS, isso mudou, porque nossos profissionais têm acesso às famílias e ao contexto em que o usuário vive, o que favorece a recuperação", explicou.
Outra vantagem da expansão dos números de CAPS no interior é que o paciente não precisa se deslocar até a capital, ele pode ter a atenção integral perto de casa, evitando transtornos com deslocamento. “O paciente pode assim ser tratado dentro do contexto de vida dele”, esclarece Edna Castelo Branco.
Neste processo a formação de profissionais é muito importante, já que os pacientes precisam de uma equipe multidisciplinar. “Os CAPS combatem a segregação e o confinamento, elementos que antes faziam parte da lógica hospitalocêntrica do tratamento destinado a esses pacientes”, afirma acrescentando que nos centros os usuários têm um atendimento individualizado, por isso mais eficaz.
Edna Castelo Branco conta também que a Secretaria está fazendo uma vistoria em todos os Centros de Apoio Psicossocial onde estão sendo recolhidos dados juntos aos usuários e profissionais sobre os serviços oferecidos nos CAPS. Já foram percorridos sete unidades. “O resultado preliminar aponta que o atendimento é considerado bom e que os usuários aprovam a política adotada nos CAPS. Esse é o nosso termômetro, os usuários, os únicos capazes de legitimar o nosso trabalho, porque só quem usa pode opinar”, encerra a gerente.
Dados sobre Saúde Mental
• 3% da população geral brasileira sofre com transtornos mentais severos e persistentes;
• 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes de uso de álcool e outras drogas;
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;
• 1016 CAPS funcionando em todo o Brasil;
• 600 mil pessoas estão atualmente em tratamento nos CAPS;
• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado à Saúde Mental.