O boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde durante o Seminário Estadual do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), mostra que os dados relativos ao estado nutricional das crianças demonstram queda no indicador de baixo peso, aumento da faixa de peso normal e manutenção do sobrepeso.
Atualmente, o Sisvan é um sistema que se propõe a assistir a clientela do Sistema Único de Saúde (SUS), em todas as fases da vida: crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos e se traduz num instrumento importante, em especial, nos período mais vulneráveis da vida.
A primeira palestra do dia foi exatamente para tratar sobre o Sisvan como instrumento de monitoramento da situação alimentar e nutricional da população. A técnica do Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição Nordeste I, Leopoldina Serqueira, fez um breve histórico da situação da saúde desde da década de 50. “O Sisvan foi criado nos anos 70, mas adquiriu identidade própria no início dos anos 90 quando passou a ser usado no combate dos distúrbios nutricionais como responsabilidade do setor de saúde”, conta a técnica.
Ela explica ainda que para que o Sisvan tenha eficiência os dados precisam ser informados de forma correta. “Em 2003, foi realizada uma capacitação de todas as equipes. Depois dessa etapa, conseguimos melhorar muito a qualidade das informações. Através das ações de saúde que vem sendo desenvolvidas no campo nutricional, temos visto que o sistema indica melhorias nos índices de desnutrição”, afirma Leopoldina Serqueira.
A técnica da Coordenação Geral da Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Janine Coutinho, falou sobre as mudanças que estão sendo implementadas no Sisvan. “Desde de 2006, foi montado um grupo de trabalho com técnicos de várias áreas que identificou algumas limitações dentro do sistema. Com isso, estamos propondo agora algumas mudanças como a criação de um módulo estadual e a implantação do sistema de informações online”, explica Janine lembrando que o Sisvan, somente no ano passado, fez o registro de mais de quatro milhões de informações.
Para a presidente do Consea/PI, Theonas Gomes, disse que a segurança alimentar depende de outros fatores, por isso o Sisvan precisa existir para nortear a Política de Segurança Alimentar e Nutricional. “Hoje os nossos parâmetros mudaram. Pesquisas apontam que 40% da população do Brasil tem sobrepeso, isso indica que nós passamos da desnutrição à obesidade”, afirmou a nutricionista.
A Diretora da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde, Gorete Ferreira, disse que coletar dados e informações é muito importante para a implementação de ações. “Esperamos que deste evento saiam propostas e diretrizes que ajudem a fortalecer a autonomia dos municípios e assim melhorar cada vez mais a coleta de informações”, encerrou.
Participam do evento: representantes das Coordenações Estaduais de Alimentação e Nutrição do Paraná, Minas Gerais, Tocantins e São Paulo e a representante do Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição (Cecan - Centro-Oeste), além da coordenadora do Programa Fome Zero, Rosângela Sousa e as secretarias municipais de saúde de 53 cidades.
O Seminário termina amanhã com o lançamento da Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno no Estado do Piauí, um estudo inédito realizado no Estado.