Remédio de marca, genérico ou similar. Qual a melhor opção? Segundo informações do gerente de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi), Mário Abel Lima Barros, ele mesmo farmacêutico-bioquímico, é preciso conhecer melhor as diferenças entre um e outro e ouvir o médico para fazer a opção correta.
Segundo pesquisa de opinião feita pela consultoria Ipsos Health, 99% de cerca de 4 mil entrevistados em todas as regiões do país já ouviram sobre remédios genéricos e similares, embora 67% desconheçam a diferença. A pesquisa revela, também, que 83% dos entrevistados confiam tanto nos genéricos quanto nos de marca.
Mário Abel disse que os medicamentos genéricos são fundamentados em lei, que deve vir impressa na embalagem. Ao similar é dispensado o número da lei, havendo apenas o nome comercial. O remédio de marca é desenvolvido por laboratórios que desenvolveram a fórmula e fizeram todos os testes necessários, tanto em animais quanto em humanos.
Os genéricos são cópias dessas fórmulas, cujas patentes já venceram. Os similares, por sua vez, têm o mesmo princípio ativo dos genéricos, sendo desenvolvidos, também, a partir de fórmulas com patentes vencidas. São, portanto, cópias. A diferença básica entre os dois é que o similar só é vendido mediante apresentação de um documento, a receita médica.
O cuidado se justifica, porque os similares não são submetidos aos mesmos testes dos genéricos. Mário Abel explicou que os remédios similares não são testados porque usam o mesmo princípio ativo de outros remédios já testados. "Esse cuidado é dispensado, nesses casos", disse.
Os remédios de marca são mais caros porque no preço estão incluídas despesas com o desenvolvimento, que geralmente dura anos e numerosos testes em seres vivos. Os similares, por sua vez, não precisam ser testados. "Qualquer pessoa pode, teoricamente, usar determinado princípio ativo, inventar um nome e vender como remédio similar", explicou.
A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) recomenda que o consumidor tenha em mãos a marca de um remédio e peça, na farmácia, seu genérico. Se a opção for pelo similar, deve levar a receita.
A embalagem dos remédios genéricos vêm com uma tarja amarela com a letra G e o número da lei, além do nome da substância ativa. Abel disse que o ideal é que o médico prescreva por substância e não por marca. Diclofenaco, por exemplo, é o princípio ativo, comercializado sob nomes variados, como Voltaren ou Cataflan. "A princípio, a preferência deve ser sobre os remédios de marca. A segunda opção é pelo genérico e só depois o consumidor deve pensar em comprar um similar", sugeriu Abel.