Em outubro de 2006, o presidente Lula e o então ministro da Saúde, Agenor Álvares, lançaram a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Agora o Piauí quer abrir a discussão para formular o Plano Estadual de Saúde da Pessoa Idosa, para isso, a Secretaria Estadual da Saúde realiza no dia 29, sexta-feira, a partir das 7h30, na Casa dos Conselhos, uma oficina para discutir a construção desse Plano, assim como um fluxograma de seu atendimento na rede de assistência do SUS.
O plano tem como objetivo articular setores, órgãos e entidades relacionados à Política de Saúde da Pessoa Idosa, fomentar o espaço de discussão e deliberação em prol da garantia do direito a saúde da Pessoa Idosa e elaborar coletivamente o Plano de Saúde da Pessoa Idosa.
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Atualmente no Brasil a população idosa é o grupo que apresenta as taxas mais elevadas de crescimento. Reconhece-se, no entanto que o envelhecimento é um processo dinâmico que envolve perdas no plano biológico, sócio-afetivo e político, que traz vulnerabilidades diferenciadas. Do ponto de vista da dependência da população idosa, dois fatores são importantes: as condições de saúde e a autonomia funcional.
De acordo com a técnica da Secretaria Estadual da Saúde, Norma Sueli, o plano é importante para garantir o direito da saúde do idoso. ”Em cima do plano a gente poderá traçar as ações voltadas para atender as necessidades e o direito da saúde do idoso, com isso vamos agregar reforços para dar andamento ao projeto”, afirma.
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
Um dos grandes diferenciais da Política lançada no ano passado, é a orientação dos serviços públicos de saúde em identificar o nível de dependência do idoso e atribuir um acompanhamento diferenciado para cada situação. Numa estratégia complementar, foram lançadas ainda duas ações de grande relevância para o atendimento ao idoso: a internação domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS) e a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
A política é um retrato fiel do Pacto pela Saúde, assinado pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde. O texto parte de um consenso entre os três entes federados, no qual são estabelecidas diretrizes, metas e ações para a saúde no país.
A partir da assinatura do Plano Nacional, o atendimento à saúde da pessoa idosa que é prestado pelo SUS, passou a fazer a distinção entre idosos independentes e aqueles que apresentam algum nível de fragilidade. Nesse caso, os dependentes representam cerca de 25% de toda a população com mais de 65 anos atendida pela estratégia do Programa Saúde da Família. Os profissionais de saúde, portanto, devem avaliar as pessoas idosas de acordo com a sua capacidade funcional. Aos idosos frágeis ou dependentes, destina ações de reabilitação, prevenção secundária e a atenção domiciliar. Os considerados independentes vão receber ações de prevenção e promoção da saúde, reabilitação preventiva, atenção básica e suporte social.
Saiba mais:
Quem são os Idosos frágeis:
- Acamados
- Hospitalizados recentemente por qualquer razão
- Portadores de doenças sabidamente causadoras de incapacidade funcional
- Que vivam situações de violência doméstica
- Maiores de 75 anos
O idoso é considerado independente e autônomo quando é capaz de sozinho:
- Fazer compras;
- Pegar transporte;
- Pagar contas em banco;
- Tomar medicamentos;
- Ter controle urinário e esfincteriano;
- Andar;
- Vestir-se;
- Tomar banho;
- Alimentar-se;
- Cuidar da aparência;
- Ir ao banheiro;
- Sair da cama.
Dados sobre idosos:
- População (estimativa do IBGE): 17,7 milhões de brasileiros com mais de 60 anos;
- A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira.
- Acidente vascular cerebral é a maior causa de mortalidade entre idosos brasileiros. Em 2004, as doenças cerebrovasculares foram a causa de 11,70% das mortes ocorridas entre pessoas com mais de 60 anos.