Apesar de ser um dos Estados com uma das maiores coberturas do programa Saúde da Família, mais de 90% da sua população é atendida pelo PSF, o Piauí ainda luta para melhorar seus indicadores de saúde como taxas mortalidade materna e neonatal, saúde da criança, controle de diabetes, de tuberculose, eliminação da hanseníase, saúde bucal, entre outros.
Mesmo com os avanços dos últimos anos, que colocou o Piauí como a menor taxa de mortalidade do Nordeste, um dos maiores objetivos da Secretaria Estadual de Saúde é garantir a evolução dos indicadores através do apoio e coordenação aos municípios, responsáveis diretos por esse trabalho.
É para organizar os municípios e dar embasamento técnico para os profissionais do interior e os do nível central, que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) em parceria com o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e a Universidade de Toronto, no Canadá, estão realizando o Curso de Aperfeiçoamento em Gestão da Atenção Básica.
O Curso está sendo ministrado pelo Prof. Yves Talbot, que é chefe do departamento de Medicina da Família da Universidade de Toronto. Os cerca de 40 alunos que estão participando são servidores da Sesapi de todas as gerências e coordenações, além de diretores regionais de Saúde e técnicos de doze municípios. A turma encerrou nesta quarta-feira o quarto e último módulo do curso.
A técnica do Ministério da Saúde, Claunara Schilling, explica que o Piauí foi um dos estados que receberam prioridade para a execução do curso. “A Universidade de Toronto, o Conass e o Ministério da Saúde têm o compromisso de acompanhar as atividades do projeto que os técnicos estão construindo ao longo do curso. Isso é importante porque entendendo os princípios, os técnicos podem de fato intervir naquilo que é o problema e aí conseguimos mudar a realidade e a população é a beneficiaria. Por exemplo, se um município tem mais hanseníase ou mais tuberculose que nos demais, eles vão compreender porque isso esta acontecendo, onde está o problema. Identificando os problemas e agindo sobre ele, nós esperamos um resultado melhor na saúde da população que é o nosso objetivo final”, ressalta Claunara.
Ela destaca que mesmo encerrado o curso, nos próximos dois anos o trabalho dos participantes será acompanhado pelo Ministério da Saúde, Conass e Universidade de Toronto. “Nós temos o compromisso de acompanhar o trabalho dos grupos. Nós vamos acompanhar o grupo da Secretaria de Estado a partir e reuniões trimestrais para fazer o monitoramento e avaliação dos indicadores.
Eles vão pactuar esses indicadores com os municípios que eles elegeram como prioritários e a nossa meta é que eles sofram uma melhoria significativa”, destaca a técnica.
O professor Yves Talbot argumenta que o grupo conseguiu chegar ao objetivo principal que é a mudança de entendimento quando se refere á atenção básica. “Foi uma grande mudança de conhecimento. A melhor maneira para avaliarmos o progresso é essa grande mudança de entendimentos, conceitos de monitoramento e avaliação de indicadores”, disse.