Atendendo quase três mil pacientes por mês, a clínica de fisioterapia do ambulatório do Hospital Getúlio Vargas é hoje o maior centro de reabilitação do Estado. Além de ser o único a oferecer pelo SUS a dispensação de órteses e próteses, a clínica inaugurou há cinco meses a fisioterapia respiratória.
Enquanto o Centro de Reabilitação da Coordenadoria para Inclusão da Pessoa com Deficiência, CEID, fica pronto, é na clínica de fisioterapia do HGV que pessoas de todo Estado estão podendo fazer em Teresina o que antes só podia ser feito fora.
É o caso do pequeno Alexandre Borges, de quatro anos, que sofre de fibrose cística, uma doença hereditária que faz com que determinadas glândulas produzam secreções anormais, acarretando vários sintomas, dentre os quais o mais importante afeta o trato digestivo e os pulmões.
A família, que mora no município de Colônia do Gurguéia, 518 km de Teresina, tinha que viajar para Brasília de três em três meses para fazer o tratamento de Alexandre, além de ter um gasto mensal de R$ 800 com exames e medicação. “Hoje tudo ficou mais fácil. Aqui o pessoal atende meu filho muito bem e não gasto nem com medicação nem com exames”, disse Orleana Borges, mãe do garoto.
Com a clínica de reabilitação, Alexandre faz o tratamento com uma equipe de estudantes de fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da UESPI, comandados pela professora Anne Costa. Assim como Alexandre, cada paciente tem lugar reservado no mural de fotos dos alunos. “Esse hospital também é um hospital escola. Cuidamos de pneumopatias, pós-operatórios cardíacos e toráxicos. Apesar do pouco tempo da fisioterapia respiratória, a procura é enorme e temos conseguido bons resultados”, disse a professora.
Dona Maria das Neves, de 59 anos, mora em Rio Branco, Acre, e veio atrás de tratamento. Ela sofre de uma lesão pulmonar, causada por um câncer. “Eu soube lá que aqui funcionava direitinho. Estou aqui há alguns meses e já estou me sentindo muito melhor”, garante.
Com o descredenciamento do Hospital Lineu Araújo, o número de pessoas atendidas na clínica só aumenta. “Estamos atendendo desde os tratamentos mais básicos, como reabilitação com laser e gelo, até os mais complexos, como a reabilitação de pacientes que tiveram Acidente Vascular Cerebral e problemas neurológicos”, ressalta a diretora do ambulatório Fátima Garcês.
Além disso, a clínica é a única a dispensar órteses e próteses. Para isso, a Secretaria Estadual de Saúde complementa o que é repassado pelo Ministério da Saúde. Por mês, a complementação chega a R$ 29 mil. São pernas e braços mecânicos, cadeiras de rodas especiais, muletas, entre outros equipamentos de reabilitação.
Uma cadeira de rodas, por exemplo, que o Ministério da Saúde encaminha R$ 900,00, a Secretaria entra com a complementação de R$ 756,00. Assim também é em relação às próteses. O Ministério entra com R$ 2.780,00 e o Estado com R$ 819,00. “Tudo isso é devidamente programado e todos os nossos atendimentos são feitos através dos encaminhamentos das centrais do município de Teresina e do Estado, que recebe os encaminhamentos do interior”, explica Fátima Garcês.
Mais informações: Fátima Garcês – 9991-1278