Todas as diferenças se dissiparam durante a Campanha da Esperança que cadastrou doadores de medula óssea para o REDOME (Registro de Doadores de Medula), na cidade de Campo Maior, nos dias 28 e 29 de setembro.
Realizada pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí – HEMOPI, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Maior e com o apoio e organização da família de José Francisco de Carvalho Macedo Júnior, 8 anos, vítima de aplasia medular, doença que tem indicação para transplante de medula.
O trabalho que contou com dez técnicos do HEMOPI e dezenas de voluntários no cadastro e na coleta, conseguiu 3.192 novos doadores de medula para o REDOME.
As pessoas esperaram pacientemente na fila extensa que se formou em frente ao SAMDU para realizar o cadastro e coleta do sangue para o exame de compatibilidade. O número de pessoas surpreendeu os organizadores. “A população não só de Campo Maior mais de outras regiões se solidarizaram com a causa do menino, que ficou conhecido como Juninho”, conta Lúcia Marques, coordenadora Regional do Programa de Doação de Medula Óssea.
A família do garoto foi definitiva para mobilizar e estimular a procura pelo cadastro. Outras pessoas ajudaram na divulgação da coleta como o radialista Carlos, da Rádio Campo Maior Fm e os coleguinhas da escola onde Juninho estuda.
Um fato chamou a atenção dos organizadores, o número de pessoas com algum tipo de deficiência que foram doar uma amostra do seu sangue e se torna um doador de medula óssea. Pessoas com os deficientes visuais, Elizeu Portela, que veio do interior especialmente para se cadastrar; José Maria Andrade e Paulo Afonso, membros da Associação dos Deficientes Visuais de Campo Maior; Graciele Bona, que tem ma deficiência neurológica e mesmo assim foi disposta a doar para qualquer paciente; Maria Páscoa da Silva, deficiente física, que rompeu a multidão engatinhando para chegar ao local do cadastro e da coleta. Para o cadeirante Luiz Antônio Lopes, professor, estas campanhas deveriam ser constantes e não exceção.
A campanha traz esperança de vida não apenas para o pequeno José Junior, mas para todos os pacientes que dependem de um transplante de qualquer órgão, uma vez que, o trabalho realizado com o apoio de todas as rádios da cidade, levou à população informações relevantes sobre a doação de órgãos. “A população não tem muito conhecimento sobre a doação de órgãos, causando uma recusa ou negação de 80% das famílias que poderiam doar órgãos de ente queridos e salvar outras vidas”, encerra a supervisora de comunicação do Hemopi, Maria Teixeira.