Por Cyntia Veras e Sana Moraes
O laudo do Instituto Evandro Chagas - IEC, de Belém, descartou, preliminarmente, a suspeita de febre amarela como causa mortis dos macacos-prego encontrados no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato no mês de dezembro no ano passado. O documento aponta que os macacos foram vítimas de pneumonia.
O IEC analisou as vísceras coletadas nos macacos mortos através de exames histopatológico e imuno-histoquímico. O laudo foi assinado pela patologista Vera Lúcia Barros.
De acordo com o coordenador de vigilância ambienta da Secretaria Estadual de Saúde, Antônio Manoel de Araújo, esse resultado ainda não pode ser comemorado, pois somente o resultado do exame de sangue, através de isolamento viral, dará a certeza a respeito do diagnóstico negativo para a doença. “Já é um alívio saber que esse exame preliminar deu negativo, pois já há uma grande possibilidade do descarte do diagnóstico de febre amarela. No entanto, não podemos deixar totalmente de lado a suspeita da doença, pois a hemorragia de órgãos pode ser um sintoma de outras patologias e também de febre amarela. Um outro exame está sendo feito pelo IEC, só depois dele teremos a resposta definitiva”, disse.
Por tratar-se de uma população de macacos-prego que freqüentavam uma área de visitação pública em uma Unidade de Conservação Federal, e pelos achados de necropsia sugerirem um provável caso de febre amarela silvestre, a Secretaria Estadual da Saúde deslocou uma equipe de profissionais para o local, composta por um biólogo e dois técnicos entomologistas, orientados a juntar-se a equipe do Ibama do estado da Paraíba no local, a fim de levar armadilhas para a captura e coleta de material para as amostras.
Na história do Piauí não há registros de febre amarela, mas a Secretaria da Saúde em parceria com as secretarias municipais de saúde está reforçando o envio de doses da vacina, na região de São Raimundo Nonato (35 mil doses) e nos municípios que fazem divisa com Estados que estão em alerta como Maranhão e Tocantins.
No Brasil
O Ministério da Saúde está intensificando a vacinação em regiões endêmicas, como DIstrito Federal e Goiás, pois no verão há uma maior circulação de mosquitos que transmitem a doença somada ao fato de mortes de macacos próximos a áreas urbanas.
O Ministério da Saúde deslocou 300 mil doses de vacina de seu estoque estratégico para o Centro-Oeste, área considerada de maior risco atualmente. . “Precisa vacinar quem vai por turismo ou a trabalho para áreas endêmicas, principalmente aqueles que vão entrar nas matas”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna.
“A vacinação contra a febre amarela é uma ação de rotina. Nas regiões Norte e Centro Oeste ela faz parte do calendário de vacinação infantil. Toda criança com mais de 1 ano pode tomar a vacina”, disse Gerson Penna. “A morte de macacos próxima de áreas urbanas não significa que a população está em risco. O Ministério da Saúde, em conjunto com os governos estadual, distrital e municipal, está fazendo uma intensificação da vacinação, como uma ação preventiva, para aqueles que não tomaram a vacina ou que há mais de dez anos não fizeram o reforço.”
No Brasil a vacina é gratuita e sua proteção dura por 10 anos. A vacina contra a febre amarela dá uma proteção individual, ou seja, protege apenas as pessoas que recebem o imunizante. Por isso é preciso que todos os que não tenham sido vacinados, procurem uma Unidade de Saúde para receber a vacina.
Situação da Febre Amarela no país
* Áreas de Risco (Mantém circulação do vírus na natureza)
Toda a Região Norte
Toda Região Centro Oeste
Maranhão
Minas Gerais
* Áreas de Transição
Oeste dos seguintes estados: Piauí, São Paulo, Paraná e Santa Catarina
* Risco Potencial
Sul dos seguintes estados: Bahia e Espírito Santo
Contra-indicações:
* A vacina contra febre amarela é contra-indicada em crianças com menos de 6 meses de idade;
* imunodepressão transitória ou permanente, induzida por doenças (neoplasias, AIDS e infecção pelo HIV com comprometimento da imunidade) ou pelo tratamento (drogas imunossupressoras acima de 2mg/kg/dia por mais de 2 semanas, radioterapia etc.);
* Gestação em qualquer fase constitui contra-indicação relativa a ser analisada para cada caso na vigência de surtos;
* Reações anafiláticas relacionadas a ovo de galinha e seus derivados ou a outras substâncias presentes na vacina (ver composição) constituem contra-indicação para a vacina contra febre amarela.
Precaução
* Nos casos de doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.
* Indivíduos soropositivos para HIV, em regiões de médio e alto risco para Febre Amarela, devem ter sua vacinação avaliada levando-se em conta sua contagem de CD4 e carga viral.
Maiores Informações:
Diretora da Unidade de Vigilância e Atenção a Saúde – Maria Gorete Ferreira – 9989 0246
Coordenador de Vigilância Ambiental - Antônio Manoel de Araújo – 9419 5743/3216 3601