O Ministério da Saúde, Estados e municípios tem um grande desafio pela frente. Eliminar até 2010 a rubéola e a rubéola congênita do país. Para isso, esse ano, a meta é vacinar 67 milhões de pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos. No Piauí, quase um milhão de pessoas deverão ser vacinadas de 25 de agosto a 03 de outubro.
Nesta sexta-feira, a equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde se reuniu com representantes do Ministério da Saúde, Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde, Sociedades de Infectologia, Pediatria e Ginecologia, Conselho Regional de Medicina e de Enfermagem, além de várias outras autoridades da área para discutir o plano de vacinação do Ministério da Saúde.
Na reunião, presidida pelo secretário Assis Carvalho, foram discutidas estratégias, avanços e os próximos passos para a eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita no Estado. “O Brasil avançou muito nas estratégias de vacinação contra rubéola, mas precisamos eliminar de vez essa doença que parece simples, mas pode causar complicações sérias. Por isso estamos nos organizando com antecedência porque essa campanha será ampla e minuciosa”, diz Assis Carvalho.
A coordenadora estadual do Programa de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde, Raimunda Damasceno explica que essa campanha será um grande desafio porque trabalha com um contingente populacional grande. “Será uma vacinação indiscriminada, para homens e mulheres, mesmo as que já foram vacinadas. Será um grande desafio até porque trabalharemos com uma clientela que não é comum nas salas de vacina, que são os homens. Por isso precisamos discutir bastante, articular apoios e a parceria de todos os municípios. Na campanha contra Pólio o Brasil vacina dezessete milhões de crianças. Essa o país precisa vacinar quatro vezes mais pessoas”, ressalta a coordenadora.
Ela explica que esse foi só o primeiro encontro com as entidades envolvidas e que durante todo ano, até chegar ao mês da campanha, a Secretaria Estadual de Saúde vai promover capacitações e sensibilizações. “Estamos organizando um grande seminário de sensibilização de gestores municipais para o mês de maio. Depois vamos executar uma oficina estadual de capacitação de multiplicadores. Serão dezessete oficinas em todas as macro regiões. Além disso vamos criar um Comitê Estadual da Campanha para planejamento, monitoramento e avaliação. Os municípios já foram informados que também precisam criar seus comitês já que precisamos vacinar 100% das pessoas e isso será feito através de micro programação local”, argumenta Damasceno.
Para a representante da Coordenação Geral do programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Walkíria Teles, as propostas de eliminação da doença apenas entre as mulheres não resolve, já que mesmo esse procedimento tendo sido feito em anos anteriores, em 2006 houve um aumento de notificações, com surtos em dezessete Estados (o Piauí não está incluído). “Infelizmente não temos como prevenir a doença, então a única solução é vacinar. É importante um esforço conjunto e uma preparação antecipada de Estados e municípios que contarão com o apoio do Ministério da Saúde”, disse.
A Rubéola
Rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Togavírus. Sua característica mais marcante são as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo inteiro. O contágio ocorre comumente pelas vias respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal.
A rubéola congênita, ou seja, transmitida da mãe para o feto, é a forma mais grave da doença, porque pode provocar malformações como surdez e problemas visuais na criança.