O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou ontem (15) prefeitos e toda a população brasileira para um mutirão contra a dengue que evite uma epidemia em 2009. "Vamos fazer um mutirão de conscientização neste país", disse o presidente, durante a abertura da XI Marcha dos Prefeitos, em Brasília (DF). "São responsáveis cada homem e cada mulher que sabem como está seu quintal. Não se trata de transferir responsabilidades para o governo federal, estadual ou municipal. É uma responsabilidade de 190 milhões de brasileiros", completou.
Lula chamou os prefeitos para uma ação solidária, que envolva todos os entes, com foco no próximo ano, quando a realidade poderá ser pior que neste ano. O presidente destacou que o combate à doença é feito em dois momentos: quando há a transmissão da doença, pelo mosquito, momento em que a missão do estado é garantir a atenção à saúde; e o trabalho mais importante, quando o combate é direto ao mosquito, para evitar a transmissão da doença.
Durante a Marcha dos Prefeitos, que segue até esta quinta-feira (17), o Ministério da Saúde distribuirá aos prefeitos seis mil kits com informações que destacam a importância da atuação de cada prefeitura na prevenção e controle da dengue. Os folderes trazem dicas de como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, como: manter a caixa d’água completamente fechada; não deixar a água da chuva acumulada sobre a laje; e a importância de guardar garrafas sempre de cabeça para baixo. Além disso, o material defende articulação entre os governos e a sociedade para vencer a dengue.
Força Nacional
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou hoje, antes da abertura da Marcha dos Prefeitos, que a Força Nacional terá uma missão ampliada, não só voltada ao combate à dengue, como também a desastres naturais, como a gripe aviária. O trabalho será integrado às defesas civis nacional, estaduais e municipais, além das Forças Armadas. "A Força fará um trabalho inspirado na melhor tradição de Oswaldo Cruz para aumentar a capacidade do estado de intervir em situações desse tipo", disse Temporão.
A Força Nacional terá como modelo o que vem sendo feito no Rio de Janeiro, para o combate à dengue. A idéia de criar a Força, de acordo com Temporão, foi apresentada e aceita pelo presidente Lula. Neste momento, técnicos do Ministério da Saúde trabalham na elaboração do projeto que será enviado ao presidente. Para Temporão, todos os esforços de sensibilização da sociedade e dos prefeitos têm a preocupação com o ano eleitoral. "O ano de 2009 já começou e teremos um trabalho duro em 2008 para evitar que aconteça no país o que aconteceu no Rio de Janeiro. E nesse trabalho, os prefeitos são fundamentais", completou o ministro.
Combate nas escolas
O combate à dengue também acontecerá com a ajuda de educadores e dirigentes de escolas. A iniciativa tem o objetivo de levar aos estudantes informações de combate ao mosquito transmissor e multiplicar as ações de enfrentamento à doença nos lares brasileiros.
O Ministério distribuiu kit sobre a dengue a educadores participantes da Conferência Nacional de Educação Básica, em Brasília (DF). O kit é composto por: manual de manejo e diagnóstico de dengue, separando os sintomas entre homens e mulheres, crianças e adultos; CD com as campanhas de combate à dengue, que poderão ser reproduzidas em sala de aula; guia ilustrado e de fácil linguagem sobre a doença; folder específico para chamar atenção dos professores e seu papel de protagonista no enfrentamento contra a dengue; calendário, contendo informações básicas; e uma carta assinada pelo ministro.
O Ministério da Saúde investiu mais de R$ 685 milhões no combate à dengue, em 2007. Além disso, levou informações sobre o diagnóstico e tratamento da doença para crianças e adultos para 380 mil médicos, alertou as autoridades sobre a possibilidade de uma epidemia neste verão, produziu um diagnóstico de infestação do mosquito transmissor nas áreas consideradas de risco e modificou a campanha contra a dengue, de sazonal para todo o ano, entre outras ações. O governo federal também está investindo R$ 2,9 bilhões em saneamento, nas áreas mais preocupantes em relação à doença.