O Ministério da Saúde iniciou este mês uma Campanha Nacional de Doação de Sangue. A intenção é não apenas sensibilizar os possíveis doadores, com idades entre 18 e 65 anos, mas fazer com que eles sejam mais freqüentes nos hemocentros de todo país. O sangue e seus derivados são fundamentais para o funcionamento de qualquer sistema de saúde no mundo. No caso do SUS, não é diferente. Todos os dias milhares de procedimentos são realizados e, em muitos deles, o sangue é fundamental, assim como tê-lo um estoque.
A campanha baseia-se na valorização do doador, mostrando que o gesto de doar sangue é motivo de orgulho e pode salvar até quatro vidas. Aproveitando a predisposição natural que os brasileiros têm para ajudar os outros, o mote escolhido é “Ajudar está no sangue”. Serão veiculados filmes na TV aberta e nos cinemas e haverá também spots em 27 rádios das capitais e em praças do interior.
No Brasil, faltam doadores. Nos últimos anos, as doações vêm caindo, enquanto a demanda não pára de aumentar. De acordo com dados da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, em 2006, foram registrados 3.337.823 doadores e, em 2007, esse número caiu para 3.307.346.
“É preciso que ocorra uma mudança de comportamento da população em relação à doação voluntária de sangue. A importância deste ato precisa ser incorporada como um valor social e um compromisso com a coletividade”, afirma o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez.
PERFIL – A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a média da população doadora de sangue deve estar entre 3% e 5% em relação à população total do país. Países como Canadá e Inglaterra já atingiram mais de 5%. Entre todos que doaram sangue nos últimos cinco anos (média de 1,8% da população brasileira), 40% o fizeram, pelo menos, duas vezes ao ano – o que é considerado por especialistas um índice baixo. Os homens são responsáveis por mais de 70% das doações e a faixa etária mais atuante, 50%, é de jovens entre 18 e 29 anos.
As principais causas de o brasileiro não ser doador freqüente é a falta de informação sobre a importância e a necessidade de se doar, a falta de motivação, alguns mitos que envolvem o processo e a ausência de cultura de uma doação regular.
Desfazendo mitos
- Doar sangue não dói, é fácil, rápido, não afeta a sua saúde e várias vidas são salvas.
- A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem, em média, 5 litros de sangue em seu organismo. Durante a doação, são coletados no máximo 450ml de sangue.
Condições básicas para doar sangue
- Sentir-se bem, com saúde.
- Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional.
- Ter entre 18 e 65 anos de idade.
- Pesar acima de 50kg.
Onde doar sangue
- Cada capital brasileira tem um hemocentro que é responsável por coordenar todas as atividades e serviços hemoterápicos de seu estado. A doação de sangue pode ser feita em um hemocentro ou em uma unidade de coleta mais próxima.
Recomendações para a doação
- Nunca doar sangue em jejum.
- Fazer um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior à doação.
- Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores.
- Evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação.
- Evitar alimentos gordurosos.
Quem não pode doar
- Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade.
- Mulheres grávidas ou amamentando.
- Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas.
- Usuários de drogas.
- Aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.
O que acontece depois da doação?
O doador recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem-estar e pode, posteriormente, conhecer os resultados dos exames que serão feitos em seu sangue. Estes testes detectam doenças como AIDS, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C, além de outro exame para saber o tipo sanguíneo. Se for necessário confirmar algum desses testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra e, se necessário, encaminhado a um serviço de saúde. É importante lembrar que os exames visam principalmente à qualidade do sangue e não incentivar os exames como um benefício para o doador.
O que acontece com o sangue doado?
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (como hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais da cidade para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Fonte: Ministério da Saúde