O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, entregou nesta terça-feira (9), as primeiras 51 motocicletas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), entre as 400 unidades programadas até 2009. Com as “motolâncias”, o Ministério da Saúde pretende dar agilidade ao atendimento em casos de acidentes, diminuindo o risco de seqüelas e complicações à saúde do paciente.
“Estamos dando mais um passo na qualificação da política pública de saúde. As motolâncias compõem, no SAMU, um conjunto de tecnologias para melhorar a qualidade do atendimento. É mais um instrumento de aperfeiçoamento da Política Nacional de Atenção às Urgências”, disse o ministro Temporão, durante a solenidade de entrega das motocicletas, em Brasília.
Das 51 unidades entregues nesta terça-feira, 22 vão para o Distrito Federal e 29 para o estado de Goiás, distribuídas entre os seguintes municípios: Anápolis (2), Ceres (1), Formosa (2), Goiás (2), Luziânia (3), Região Metropolitana de Goiânia (16), Porangatú (1), Rio Verde (2).
A escolha das localidades que recebem as unidades do SAMU é feita por meio de estudo técnico, orientado pelos gestores municipais e estaduais, a partir de pactuação local e regional. O Ministério da Saúde, por sua vez, desenvolve um planejamento a respeito das áreas mais sensíveis, onde há necessidade de se aumentar o número de equipes e veículos e priorizando os vazios assistenciais.
O Piauí vai receber seis unidades sendo que as cidades de Parnaíba, Picos, Floriano, São Raimundo Nonato recebem uma unidade e Teresina duas unidades. A previsão é de que até o final de 2009 todas as motolâncias sejam entregues.
EQUIPAMENTOS – As motos têm equipamentos como Desfibrilador Externo Automático (DEA), medicamentos, material para suporte básico de vida. O condutor do veículo estará capacitado como técnico de Enfermagem; portanto, qualificado para realizar esse tipo de intervenção.
Com a redução do tempo de chegada do atendimento ao local do acidente, o Ministério da Saúde pretende interromper a triste cadeia de lesões, principalmente aquelas identificadas nas situações de maior prevalência, como doenças cardíacas e cerebrais.
Quanto mais longa a chegada da equipe especializada, maiores são as possíveis seqüelas, o tempo de internação e as complicações, como também mais tardia e difícil é a reabilitação. Toda essa seqüência traz, como conseqüência, maior custo da assistência ao paciente. “Cada minuto que você ganha, reduzindo o tempo de atendimento, é valioso para qualquer quadro clínico, principalmente nos casos mais graves”, afirmou Temporão. Ocorrências cardiovasculares – como infartos, anginas, ataques cardíacos e derrames cerebrais – estão entre as principais causas de impacto na morbimortalidade no Brasil.
EXEMPLOS – As motocicletas já são usadas por vários países, como França e Alemanha, que desenvolvem esse sistema de atendimento de emergência há mais tempo. A moto consegue, em média, chegar de três a oito minutos antes da ambulância – o que trará uma redução significativa no impacto das lesões. A idéia de adotar esse novo tipo de atendimento é “driblar” o trânsito das grandes cidades e fazer com que as motolâncias cheguem a locais de difícil acesso.
A distribuição vai priorizar os serviços localizados em grandes cidades e áreas rurais próximas e de difícil acesso. Nesse primeiro lote de entrega de motolâncias, foram investidos R$ 6 milhões – já considerando o equipamento de segurança para a frota de moto – e mais R$ 4 milhões a serem realocados prevendo o desdobramento da entrega de veículos (como capacitação e equipamentos individuais de segurança).
Durante a solenidade de entrega das primeiras motolâncias, o ministro José Gomes Temporão anunciou que, na próxima semana, o Ministério da Saúde lançará a primeira etapa da política nacional de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A proposta das UPAs é prestar atendimento 24 horas de baixa e média complexidade com suporte às ações do SAMU/192.
SOBRE O SAMU – O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192) completou, no último mês de setembro, cinco anos de criação da legislação que possibilitou a implementação deste tipo de serviço no Brasil. Nesse período, o Ministério da Saúde atendeu mais de sete milhões de pessoas a partir da atuação das unidades do SAMU. A abrangência atual do SAMU é de 1.183 municípios, correspondendo a mais de 101 milhões de pessoas com acesso à discagem gratuita 192 e cobrindo todos os estados do país. Esta capacidade instalada da Rede SAMU garante atendimento ágil e qualificado a 70% da população brasileira.
O investimento nesse serviço de emergência, desde 2004, quando foram habilitadas as primeiras unidades, ultrapassa R$ 1 bilhão em obras e equipamentos. O SAMU tem aproximadamente 25 mil profissionais e conta com 2.551 veículos entregues aos estados e municípios (1.596 ambulâncias habilitadas, sendo 363 unidades de suporte avançado, 1.233 unidades de suporte básico e 592 ambulâncias distribuídas como reserva técnica e renovação de frota).
QUANDO CHAMAR? – A Rede SAMU/192 funciona 24 horas com equipes de profissionais de saúde – como médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – que atendem às urgências nas áreas clínica, pediátrica, cirúrgica, traumática, gineco-obstétrica e de saúde mental. Nessas situações, é necessário prestar o atendimento ou transporte adequado e encaminhar os pacientes a um serviço integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
As situações nas quais o SAMU 192 deve ser acionado são aquelas que envolvem risco iminente à vida, que possam gerar seqüelas irreversíveis e aquelas em que a intervenção é tempo-dependente, ou seja, a chegada do atendimento diminui toda a cadeia de eventos que poderão se suceder.
Ministério da Saúde