Piauí terá mais 53 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), passa de 14 para 36 a oferta de leitos de UTI, aumenta de 45 para 99 os leitos de UCI, terá mais leitos de UTI e cobertura de 100% do Samu. Entre 2000 e 2007, o Nordeste registrou 161.848 mortes de crianças menores de um ano de idade. Na soma do número de óbitos infantis registrados no Nordeste e na Amazônia Legal, a região nordestina detém 80% do total. Na comparação com o restante do Brasil, as duas regiões concentram 25% do total nacional de mortes de bebês menores de um ano de idade. Capitais como Salvador, Fortaleza, Recife, Maceió, São Luís, Teresina, Natal e Aracaju estão no topo do ranking entre os 192 municípios eleitos prioritários no Nordeste pelo elevado número de óbitos infantis. Para diminuir, no mínimo, em 5% ao ano a mortalidade infantil, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinou um pacto com os governadores do Nordeste. O critério de seleção dos municípios levou em conta o total de óbitos em número absolutos em cada um deles. De acordo com a área técnica do ministério, a meta é evitar em números absolutos a morte de bebês. Até o fim deste ano, o ministério deverá investir R$ 20 milhões para impedir que morram pelo menos 1.168 crianças com até 27 dias de nascidas e cerca de 1.700 com menos de um ano de idade. A maioria das mortes de recém-nascidos ocorre por causas evitáveis, entre elas falta de atenção adequada à mulher durante a gestão, no parto e também ao feto e ao bebê. Além desses fatores, a mortalidade infantil também está associada à educação, ao padrão de renda familiar, ao acesso aos serviços de saúde, à oferta água tratada e esgoto e ao grau de informação das mães. Essa constatação orientou toda a estratégia do Ministério da Saúde, construída em parceria com as secretarias estaduais de saúde, em encontro que durou uma semana, no início de março, em Brasília. O plano traçado para reduzir a mortalidade infantil no Nordeste tem seis eixos de ações: qualificação da atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido; formação de recursos humanos; gestão do trabalho, gestão da informação; vigilância do óbito infantil e neonatal e fortalecimento do controle social, mobilização social e comunicação. Para qualificar a atenção ao pré-natal, ao parto e ao recém-nascido, a região contará com mais 301 equipes de Saúde da Família, que passarão de 4.430 para 4.731. Também haverá aumento do número de Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que passará de 100 para 599 na região. O Piauí receberá 53 NASF, elevando para 58 o total de núcleos existentes. O Plano para reduzir a mortalidade infantil no Piauí No mesmo período (2000 a 2007), no Piauí, morreram 9.354 crianças menores de um ano de idade. O maior número de ocorrências foi verificado na capital, Teresina (2.391 óbitos), Parnaíba (291), Picos (231), Piripiri (207) e Barras (171) Em todo o estado, o Pacto pela Redução das Desigualdades alcançará 24 municípios eleitos prioritários. Os municípios prioritários do Piauí são Teresina, Parnaíba, Picos, Piripiri, Barras, Esperantina, Miguel Alves, Pedro II, União, Altos, Piracuruca, Bom Jesus, José de Freitas, Cocal, Castelo do Piauí, Batalha, Luzilândia, Floriano, Corrente, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Valença do Piauí, Oeiras e Paulistana. O que ganha o Piauí - Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) ― De 5 para 58 núcleos - Leitos de UTI ― Passa de 14 para 36 a oferta de leitos - Leitos de UCI ― A oferta passa 45 para 99 leitos - Mais leitos de UTI e cobertura de 100% do Samu Junto com o reforço à atenção básica, o Nordeste terá 357 novos leitos de unidade de terapia intensiva, elevando a oferta atual de 568 para 925. Deste total, o Piauí receberá 22 novos leitos de UTI, ampliando sua oferta para 36. Aumentará também o número de leitos das unidades de cuidados intermediários, que passará de 45 para 54, totalizando 99 UCIs. Os 192 municípios prioritários do Nordeste contarão com cobertura de 100% do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Atualmente, o Samu cobre 53% da população brasileira, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 193 milhões de pessoas. Com o pacto para acelerar a redução das desigualdades, a meta é ampliar essa cobertura para 75% da população brasileira — 144,7 milhões — até 2010, assegurando às gestantes e aos recém-nascidos, por meio da Central da Regulação Médica, acesso a esse serviço com melhor nível de atenção e transporte qualificado. Para atender em 100% a demanda por leite humano para os bebês nascidos com menos de 1,5 quilo nos 192 municípios prioritários, o Nordeste contará com 24 novos bancos de leite humano. Hoje, a oferta cobre apenas 58% da necessidade regional. Haverá também aumento do número de hospitais Amigo da Criança. Serão credenciados 50 hospitais que realizam mais de mil partos nos municípios prioritários, o que elevará para 102 o número de unidades com essa classificação. Mais 70 hospitais serão integrados à Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal, elevando de 33 para 103 o número de maternidades credenciadas com mais de mil partos nos municípios prioritários. A rede conta com a participação de universidades das duas regiões que, por meio de consultoria não remunerada, vão realizar diagnósticos, apoiar e implementar protocolos técnico-científicos, qualificar profissionais de saúde, que atuam na atenção à parturiente e aos recém-nascidos, e os gestores das principais maternidades e unidades neonatais de médio e alto risco. Plano aposta na capacitação de profissionais O plano prevê, nos seus eixos de Educação na Saúde e Gestão do Trabalho, a qualificação de 6.895 equipes locais de Saúde da Família – cada uma formada por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitário ― até dezembro deste ano, por meio de educação a distância. Pela mesma modalidade, serão qualificados também 7.500 profissionais (pediatras e obstetras, equipes de unidades de terapia intensiva e de cuidados intermediários, além daquelas envolvidos no transporte e atendimento pré-hospitalar). A iniciativa objetiva dar aos profissionais condições de identificar e atender grávidas e recém-nascidos de risco, bem como atuar nas urgências obstétrica e neonatal. A capacitação de profissionais se estenderá a 1.500 técnicos dos estados e municípios para o uso adequado dos sistemas de informação, codificação e análise de situação de saúde e vigilância epidemiológica de óbitos. De acordo com os técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, a melhoria da qualidade da informação sobre as causas de morte é essencial para a definição de estratégias e ações voltadas à redução do número de óbitos. A implantação de 225 pontos de telessaúde nos estados descobertos reforçará a qualificação de profissionais. Os novos pontos (computadores interligados em rede) serão instalados em unidades hospitalares de referência ou universidades. Por meio deles, os profissionais nas bases podem sanar dúvidas sobre diagnósticos e ações que devem ser adotadas e, assim, evitar a morte de pacientes. Saiba mais sobre o plano para reduzir a mortalidade infantil - De 2000 a 2007, 161.848 crianças menores de um ano de idade morreram na região -Ministério assina acordo com nove governadores e prevê investimentos de R$ 20 milhões para reduzir mortalidade infantil, no mínimo, em 5% ao ano, em 192 municípios nordestinos - Ações prevêem mais 301 equipes de Saúde da Família, 357 leitos de unidades de terapia intensiva, 1005 de cuidados intermediários em todo o Nordeste - Todos os 192 municípios prioritários terão cobertura de 100% do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Região contará com mais 24 bancos de leite humano - 7.500 profissionais de saúde, entre eles pediatras e obstetras, serão capacitados para que tenham condições de identificar a atender grávidas e recém-nascidos em situação de risco. “Esse esforço contribui para o cumprimento da meta de número 4 das oito previstas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, acordo assinado, em 2000, por 191 países, que prevê a redução da mortalidade infantil em 75% até 2015, com base nos índices de 1990”, diz o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. De acordo com o ministro, no encontro com governadores e prefeitos do Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que cada gestor público deve encarar como uma derrota a morte de uma criança por causas evitáveis. Para Temporão, a mortalidade infantil exige um trabalho conjunto do governo federal, estados, municípios e sociedade. “É inegável que houve uma expressiva queda na mortalidade infantil na região. Entre 1990 e 2007, a taxa caiu de 75,8 para 27,2 óbitos por mil nascidos vivos. Se a média geral do país teve uma redução de 59,7% no mesmo período, o Nordeste avançou e chegou a 64,11%. Mas se comparado a outras regiões a taxa é o dobro da do Sul e do Sudeste”, disse Temporão. Esta constatação justifica o esforço do governo federal para dar maior atenção ao Nordeste. “Como desafios destaco a maior necessidade de qualificação do pré-natal e das urgências e emergências obstétricas e neonatais. Mas o êxito desse projeto depende de governadores, prefeitos e da sociedade civil organizada, que deverá apoiar com o monitoramento, a avaliação e sugestões para a melhoria do sistema de saúde”, completou Temporão. Fonte: Agência Saúde (editada)