Dois dos três laboratórios de referência da Rede de Vigilância de Influenza no país já receberam os insumos que possibilitam a rápida detecção do vírus A chegada dos insumos para a detecção do vírus Influenza A (H1N1), na tarde desta terça-feira (6), permitirá a realização do diagnóstico específico da doença respiratória no Brasil em pelo menos 72 horas. É o que reforçou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em Brasília, na saída de Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal (STF). Os kits com os insumos necessários já estão em dois dos três laboratórios de referência da Rede de Vigilância de Influenza existente no país. A partir desta quarta-feira (7), os técnicos do laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), no Rio de Janeiro, e do Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, começam a análise das amostras coletadas entre os casos suspeitos identificados nos estados. “Todos os catalogados como casos suspeitos no país estão em excelente condição de saúde. Agora, temos de esperar os resultados”, ressaltou o ministro. “O momento é de tranquilidade, apesar de o número de casos haver crescido no mundo, a situação no México, onde a doença começou, está se estabilizando”. Os kits, remetidos pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), são suficientes para todos os testes necessários no país, segundo o ministro. “Não mudam as nossas medidas preventivas. Vamos manter a vigilância nos portos e nos aeroportos e a vigilância terrestre. O Brasil está preparado para tudo. Se o vírus entrar aqui, vamos tratar e tranquilizar a população”, acrescentou o ministro. “Há algo importante nisto tudo. Pela primeira vez na história da humanidade podemos acompanhar a evolução de uma doença em tempo real e isso tem nos ajudado muito”. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO - O mapa genético concluído recentemente acabou sendo de extrema importância para agilizar o diagnóstico da doença. A partir das sequências de genes mapeadas pelo Center of Disease Control (Centro de Controle de Doenças - CDC), nos Estados Unidos, foi possível para a comunidade científica mundial desenvolver técnicas específicas para o Influenza A (H1N1). No caso desse vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o teste genético em tempo real, não o teste convencional. O que se deseja é mais rapidez. Esse método recomendado é baseado na detecção do material genético do vírus num processo que utiliza primers - os trechos do gene que, por técnicas modernas de Biologia Molecular, acabam usados como localizadores do Influenza A (H1N1) quando ocorre a comparação às amostras dos pacientes. Por intermédio desses localizadores, se detecta ou não a presença do vírus. Para verificar a presença do Influenza A (H1N1), são usados seis trechos como localizadores. Os primers estão sendo encaminhados para laboratórios de referência em todo o mundo. SAIBA MAIS Como funciona o trabalho com a sequência genética do vírus? No vírus Influenza A (H1N1) foram selecionados seis primers. Ou seja, seis trechos padronizados na sequência genética que servem como localizadores da existência ou não do vírus no organismo de uma pessoa. Esses seis primers (em português significa iniciadores) são detectados nos materiais coletados dos pacientes, como secreções nasais, caso tenha ocorrido a contaminação. A sintetização em laboratório permite que o material resultante desse procedimento sirva para o diagnóstico específico da doença. Qual a confiança que se pode ter nos resultados? A confiabilidade no diagnóstico específico realizado a partir dos primers é de 99,98% - o mesmo percentual, por exemplo, obtido com a técnica do teste de paternidade. Mas o diagnóstico da doença não se resume à avaliação epidemiológica. Abrange também a avaliação clínica dos pacientes, como a existência dos sintomas causados no organismo humano pelo Influenza A (H1N1). Fonte: Agência Saúde