O Ministério da Saúde inicia, na semana de 18 a 24 de maio, uma mobilização em 11 estados do Brasil nos quais a cobertura vacinal contra hepatite B está abaixo de 50%. A notificação de casos de hepatite B subiu cerca de 90% em uma década. Em 1997, foram registrados 6.098 casos. Em 2007, 11.560. Ao todo, de 1999 a 2008, foram notificados 107.346 casos das hepatites (A, B, C e D) no Brasil.
Será vacinada a população na faixa etária entre 10 a 19 anos. Isso se justifica, pois, somente em 1998, a vacina contra a hepatite B foi incluída no calendário nacional de vacinação infantil. Muitas das crianças e adolescentes nascidas antes de 1997 não foram imunizadas.
Piauí é um exemplo. As cidades de Teresina, Piripiri, Bom Jesus, Parnaíba, Santo Antônio de Lisboa, Alagoinha do Piauí, Alvorada do Gurguéia, Batalha, Buriti dos Lopes, Curimatá e Esperantina serão priorizadas no estado (veja número de casos em cada localidade, em quadro abaixo).
ESCOLAS - A mobilização terá início nas escolas que aderiram ao Programa Saúde na Escola (PSE), o que facilitará a atuação do MS, uma vez que nessas escolas, já são desenvolvidas ações de prevenção e promoção da saúde, como avaliações do estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, controle de cárie, acuidade visual e auditiva e também psicológica do aluno.
Uma das dificuldades, sobretudo com relação ao público adolescente, é que a vacina é aplicada em três doses. Educação e divulgação das formas de transmissão e dos mecanismos de prevenção da hepatite B são fundamentais. A imunização é a forma mais efetiva de prevenir esse agravo.
Por meio da integração entre o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais (PNHV), a Área Técnica da Saúde do Adolescente e do Jovem (ASAJ/DAPE/SAS), o Departamento de Atenção Básica do MS tem se articulado para a construção de estratégias de mobilização para a prevenção e controle da doença. Importante avanço a ser apontado contra a hepatite B ocorreu em 2001, quando foi estendida em todo o território nacional a imunização para grupos de maior risco, como indígenas, profissionais do sexo, pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo, profissionais de saúde, reclusos, dentre outros.
SOBRE A DOENÇA - A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou por alguma reação do organismo a substâncias tóxicas como álcool ou medicamentos. As hepatites que podem passar de uma pessoa para outra são chamadas de hepatites virais e as mais comuns são causadas pelos vírus A, B, C ou D. Por ser silenciosa e na maioria das vezes não apresentar sinais nem sintomas, a hepatite não chama a atenção das pessoas. Entretanto, há formas mais graves da doença que podem levar à cirrose ou ao câncer de fígado.
Estima-se que existam, no mundo, dois bilhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B e dessas, 350 milhões vivam com infecção crônica. No Brasil, as hepatites são doenças de notificação obrigatória e os casos são registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan). Desde que foi criado, no ano de 2002, o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais (PNHV) vem desenvolvendo ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e vigilância epidemiológica em todos os níveis de atenção, voltadas para o efetivo controle desses agravos, em articulação com estados e municípios.
“É importante lembrar que os casos notificados representam uma parte de todas as infecções causadas pelos vírus das hepatites, considerando o amplo espectro da doença e a proporção considerável de casos assintomáticos e não detectados”, pondera Ricardo Gadelha, coordenador do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde.
PREVENÇÃO - Para se prevenir contra as hepatites B e C, é preciso usar camisinha nas relações sexuais; ao fazer tatuagem ou colocar piercing, exigir tinta descartável e instrumentos esterilizados; não compartilhar material para fazer as unhas e exigir utensílios esterilizados; não compartilhar lâminas de barbear ou de depilar, escovas de dentes. Caso a pessoa seja usuário de drogas, a política de redução de danos do Ministério da Saúde preconiza que ele não compartilhe seu equipamento, pois agulhas, canudos e cachimbos contaminados também transmitem hepatites B e C.
Existe vacina contra a hepatite B e o tratamento para as hepatites B e C é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para informações mais detalhadas sobre testagem, detecção e tratamento, o MS preconiza que se procure uma unidade de saúde mais próxima. É possível tirar suas dúvidas pelo Disque Saúde pelo telefone 0800 61 1997.
PIAUÍ
Relação entre as localidades e número de casos notificados de hepatite B e C (2007)
Teresina – 7 casos
Piripiri – 4 casos
Bom Jesus – 2 casos
Parnaíba – 2 casos
Santo Antônio de Lisboa – 2 casos
Alagoinha do Piauí – 1 caso
Alvorada do Gurguéia – 1 caso
Batalha – 1 caso
Buriti dos Lopes – 1 caso
Curimatá – 1 caso
Esperantina – 1 caso