Esta semana o mundo inteiro se volta para o tema da amamentação. Este ano, o tema da campanha é “Amamentação em todos os momentos. Mais saúde, carinho e proteção”. A secretaria promoveu evento alusivo a data para discutir os avanços e desafios na questão do aleitamento materno, um dos principais aliados para combater a mortalidade infantil.
Entre os assuntos abordados durante o evento, merece destaque o alerta feito pelos técnicos da coordenação de atenção à saúde da criança e do adolescente, de que é cada vez maior o número de gestantes que consomem bebida alcoólica e cigarros durante a gravidez. “Mesmo com essa constatação, os índices de mortalidade infantil tem decrescido entre os anos de 2006 e 2008”, afirma o secretário Assis Carvalho.
“O aleitamento materno é a estratégia mais natural de melhoria das condições de saúde da população infantil, principalmente abaixo dos dois anos de idade. È um instrumento essencial para a redução da mortalidade infantil”, comenta a coordenadora de ações da saúde da criança e do adolescente, Edna Batista.
O encontro também possibilitou a apresentação de uma pesquisa sobre o aleitamento materno feita pela nutricionista Carmem Ramos nos Hospitais Amigos da Criança. O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), em parceria com a Faculdade NOVAFAPI e Secretaria da Saúde.
Foram avaliadas as mulheres assistidas por esses serviços e os profissionais que trabalham nessas instituições. No que diz respeito ao diagnóstico da situação de aleitamento das crianças de 0 a 1 ano que são atendidas nas maternidades da capital, os resultados revelaram índices de aleitamento materno exclusivo de 60,81% na faixa de 0 a 6 meses, mostrando-se superior aos dados revelados para a cidade de Teresina na última pesquisa de aleitamento, em 1999, bem como, quando comparado a estudos feitos em maternidades amigas da criança em outras cidades do Brasil.
O estudo qualitativo realizado junto à mulheres e profissionais de saúde, revelou que o programa “Hospital Amigo da Criança”, implementado em todos os hospitais, necessita de ajustes que visem a melhoria da resolutividade do mesmo. “Embora os resultados alcançados tenham se mostrado superior aos relatados em outros trabalhos, ainda se encontra aquém das recomendações oficiais de aleitamento exclusivo até os seis meses”, explica Carmem Ramos acrescentando que as análises das falas dos atores sociais evidenciaram um descompasso entre o que é proposto pelo programa e a prática vivenciada pelos profissionais e mulheres. “Nessa perspectiva há de se compatibilizar os determinantes biológicos com os condicionantes do aleitamento como forma de se alcançar a transformação dos comportamentos em favor da amamentação no cotidiano da assistência em aleitamento materno”, declara.