Nova avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, revela que Paranaíba e Teresina, no Piauí, estão em situação satisfatória. Menos de 1% dos imóveis pesquisados nesses municípios apresentaram larvas do mosquito, que significa baixo nível de infestação. Nenhuma cidade apresentou risco de surto, que se daria com índice acima de 4%. Os dados são do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2009, realizado entre outubro e novembro, em 163 cidades de todas as regiões. Dessas, 157 enviaram informações até o momento e 102 estão em alerta.
O LIRAa permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada cidade. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, os dados indicam a necessidade de reforço na mobilização nacional para o controle da dengue. “Não podemos baixar guarda. Precisamos — governos, profissionais de saúde e sociedade — reforçar as medidas de prevenção e assistência para que tenhamos nova redução de casos em 2010”, afirmou.
Através da LIRAa é possível verificar de forma rápida os focos concentrados de dengue, e assim, planejar de forma integrada as ações de saúde. “O levantamento indica a concentração de larvas do mosquito, mesmo com índices satisfatórios não podemos deixar de estar vigilantes”, afirma Orcimar de Alencar, supervisor de entomologia da Secretaria de Estado da Saúde.
Em 2008, o Estado do Piauí reduziu em mais de 60% os casos de dengue com a ação da Brigada Mata Mosquito em 68 cidades. Em 2009, a Brigada visitou municípios de forma pontual que apresentaram focos com Cocal (após o acidente com a Barragem Algodões I), São Raimundo Nonato, Campo Grande do Piauí e Alagoinha do Piauí, no intuito de conter surtos.
O supervisor afirma que a situação da dengue no Piauí está sobre controle, no entanto, ocorreram alguns surtos isolados em cidades do interior, a exemplo de Santo Antônio de Lisboa, Guaribas e Simplício Mendes. Nessas cidades foi constatado pelas equipes da Secretaria que a limpeza pública foi um dos fatores preponderantes para o surgimento dos surtos.
“Outra característica importante está relacionada aos fatores ambientais e climáticos. O Piauí tem tudo que o mosquito da dengue gosta: alta temperatura e umidade, condições favoráveis a sua proliferação. Por isso, não podemos relaxar”, pontua Orcimar de Alencar.
Outro ponto positivo relatado pelo supervisor foi a atuação dos agentes comunitários de saúde e endemias que auxiliam no trabalho educativo nos municípios. “Para manter a situação favorável que temos hoje, o empenho dos gestores municipais é fundamental no trabalho de combate à dengue”, encerra.