A saúde mental vem recebendo grande destaque e investimentos por parte do governo do Estado e Ministério da Saúde. Nos últimos anos, a rede de atenção às pessoas em sofrimento psíquico vem sendo expandida em todo o Brasil. O Piauí apresentou um crescimento significativo entre os anos de 2004 e 2009 e hoje é o 12º colocado entre os 27 estados na Federação no tocante à taxa de cobertura de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esses dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde na publicação “Indicadores de Saúde 2002-2009”. Os CAPS são serviços de saúde mental, abertos e comunitários que funcionam dentro da estrutura do SUS, destinados a prestar atenção diária a pessoas em sofrimento psíquico. Seu objetivo é o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços comunitários. O parâmetro preconizado pelo Ministério da Saúde para a implantação de CAPS é de um centro para cada 100 mil habitantes. O Piauí iniciou o processo de implantação da Reforma Psiquiátrica com a concretização da rede de saúde mental nos anos de 2004/2005, quando os municípios, com o incentivo do Estado, abriram 10 CAPS. Hoje, no Piauí conta com 31 CAPS dos seguintes tipos: 21 CAPS I, cinco CAPS II, um CAPS infanto-juvenil (CAPSi), quatro CAPS Álcool e Drogas (CAPS ad). Os Centros de Atenção Psicossocial surgiram na década de 80 e passaram a receber uma linha específica de financiamento do Ministério da Saúde a partir do ano de 2002. “A Secretaria Estadual da Saúde dá todo o suporte aos gestores que tenham interesse em implantar esse serviço em seus municípios”, explica Gisele Martins, gerente de Saúde Mental. A cobertura assistencial vem melhorando progressivamente nos últimos anos, mas ainda não é a ideal. “Cidades com 20 mil ou mais habitantes podem ter o serviço desde que preencham os requisitos básicos exigidos pelo Ministério da Saúde. Os interessados devem ter em mãos o perfil epidemiológico em transtorno mental do seu município e elaborar projeto pedindo a implantação do CAPs”, explica. O modelo atual preconiza que os CAPs devem prestar uma assistência extra-hospitalar de base comunitária. “Os CAPs não são substitutivos dos hospitais psiquiátricos, eles são uma forma de apoio extra, baseados no convívio comunitário. Os pacientes com crises psicóticas que precisam de atendimento de urgência não podem ser atendidos nos centros pois estes não estão preparados para atender esse tipo de demanda que necessita de internação”, explica Gisele Martins. Recentemente a Prefeitura de Teresina implantou o primeiro CAPS III do Piauí, que permite internações. Os CAPS se diferenciam pelo porte, capacidade de atendimento, clientela atendida e organizam-se no país de acordo com o perfil populacional dos municípios brasileiros. Assim, estes serviços diferenciam-se como CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi (criança e adolescente) e CAPSad (álcool e outras drogas).