No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o mundo inteiro se volta para a reflexão e o combate à doença que tem balançado o mundo há quase três décadas. Em todos esses anos, os avanços em relação à doença só cresceram. Hoje existe o controle através do coquetel de medicamentos, testagem segura, uma forma eficaz de prevenção, que é a camisinha, além de muita informação e apoio à pessoas que precisam. Mas ainda há uma barreira que precisa ser ultrapassada, a do preconceito.
Hoje, 01, pela manhã, aconteceu a solenidade em homenagem ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, no pátio da Secretaria de Estado da Saúde, em Teresina com a participação de autoridades do governo, profissionais de saúde e representantes de setores sociais. Representantes das religiões católica, matrizes africanas e doutrina espírita deram suas palavras da visão religiosa e demonstraram apoio à Luta contra a Aids e às pessoas que vivem com a doença.
A campanha deste ano do Ministério da Saúde trata exatamente do preconceito como forma de vulnerabilidade. Com o slogan “A Aids não tem preconceito e você também não deve ter”, a campanha quer mostrar que a Aids pode estar em quem você menos imagina, e que este preconceito e o medo da morte social dificultam o próprio diagnóstico.
“As pessoas deixam de fazer o teste de HIV por puro medo e preconceito, acham que isso não vai acontecer com elas ou não querem descobrir. Isso prejudica retarda o tratamento. A qualidade de vida do portador de HIV depende do diagnóstico precoce,” ressalta Karina Amorim, coordenadora estadual de DST/Aids.
A doença também deixou de ser estigmatizada por sexo, idade e orientação sexual. No Brasil e no Piauí vem ocorrendo uma feminilização e juvenização da doença. Para cada 8 meninos de 13 a 24 anos, há 10 meninas portadoras do vírus.
Este ano a campanha também tem foco nos jovens que estão se expondo mais à doença, embora tenham acesso à informação de forma ampla.
Victor Walowski é representante do Grupo Gestor Jovem, que faz parte do Programa de Saúde e Prevenção nas Escolas, do governo federal em parceria com o Estado e municípios. Ele ressaltou a necessidade de levar informação na linguagem jovem. “Os dados mostram o quanto os jovens estão adquirindo a doença atualmente e que não basta transmitir a informação, tem de ser na linguagem certa para os jovens. Hoje, é preciso investir intensamente na prevenção juntos aos jovens para que as políticas públicas estejam bem próximas da nossa realidade,” finalizou.
Por Samira Ramalho