O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que cumpre agenda em Teresina neste sábado, fez um alerta na manhã de hoje aos prefeitos do Piauí. Em solenidade no Palácio de Karnak, Padilha pediu aos gestores ações eficazes para combater o mosquito da Dengue.
“Essa reunião me alegra por que está correta, pois devemos nos antecipar a dengue. Não podemos esperar uma explosão de casos. Já na segunda semana de governo a presidenta Dilma reuniu 13 ministros para combinar as ações de combate à dengue”, declarou.
Segundo ele, a dengue não é só um problema da saúde. “Vocês que já enfrentam o problema da dengue há muitos anos, já sabem que esse mosquito tem uma capacidade de adaptação muito grande, esse ano ele pode se instalar até em garrafas. Cada prefeito que está aqui tem que ter no município uma equipe de combate a dengue.”, diz.
Padilha disse que as ações contra a dengue não podem ficar apenas nas costas da secretária Lilian. “Vários setores do estado, as prefeituras têm que participar. É mais barato prevenir do que remediar. Temos a necessidade de se engajar as lideranças religiosas para envolver todo mundo contra a dengue”, alerta.
O ministro elogiou a ação do governo em chamar os prefeitos para falar sobre a dengue. “Um governador de estado, que num sábado de manhã, abre as portas do palácio do governo para receber os prefeitos, gestores, para discutir um tema como a Dengue. É um gesto político que mostra a grandeza da liderança e a prioridade no assunto. Hoje o Palácio de Karnak está discutindo a Dengue”, afirmou.
“Tenho certeza que vocês do Piauí podem sim vencer essa guerra contra a dengue”, finaliza o Ministro Padilha.
Cartão da Dengue – Durante a solenidade, o ministro mostrou o cartão da dengue, que será entregue ao paciente quando ele dá entrada na unidade de saúde com os sintomas da doença. “Assim saberemos em todos o país a quantidade de casos. Quando chega no pronto-socorro esse paciente disputa espaço com pessoas feridas, atropeladas, que levaram um tiro e outras doenças graves”, ressalta.
“Quando a pessoa tem suspeita de dengue, o principal exame é a prova do laço. Qualquer enfermeiro ou auxiliar pode fazer”, finalizou o ministro.
A secretária estadual de Saúde, Lilian Martins, fez um balanço da dengue no Piauí. Elogiou a reunião entre os 16 secretários estaduais de saúde ocorrida em Brasília e fez esclarecimentos.
“É uma realidade a subnotificação no Piauí. Nada como um ano muito bom para o ano seguinte ocorrer um acréscimo nos casos. Em 2010 se não tomarmos as medidas que foram propostas na reunião, corremos um risco sério de epidemia. Há 15 dias faleceu uma paciente, mas as investigações apontam que 90% indica que não foi dengue. O protocolo foi aberto por que é a norma”, afirma.
“Estamos com 579 casos notificados, um aumento de 50% em relação ao ano passado. Piripiri, Matias Olimpio e Capitão de Campos requerem um maior cuidado. Já tomamos os cuidados e as medidas necessárias”, acrescenta a secretária.
Lilian finalizou afirmando que as redes sociais devem ser mobilizadas na divulgação das informações sobre a dengue, e exemplificou o ministro como grande incentivador. “Todos sabem como nosso ministro usa as redes sociais. Você é um amigo do Piauí de longas datas. Cidadão do Piauí. Com certeza vai nos ajudar muito”, elogiou.
De acordo com o coordenador nacional do programa de controle da Dengue, Giovanini Coelho, o óbito por dengue é evitável. “Com medidas simples conduzidas pelo sistema de saúde às ações não eficazes”, afirma.
Segundo ele, é preciso garantir o atendimento na atenção primária. “O paciente grave avisa quando ele vai evoluir para óbito. O sinal de alarme para a dengue não é um exame sofisticado. Ele simplesmente apresenta vômitos e dores abdominais. 90% dos óbitos por dengue não tiveram o atendimento na atenção primária, segundo dados do MS”, explica.
Para Giovanini, é fundamental a participação dos prefeitos no combate à dengue. “Há 24 anos a dengue aflige o Brasil. A vulnerabilidade dos municípios brasileiros é grande por que apresentam condições favoráveis ambientais e climáticas”, afirma .
O coordenador informou que o paciente com dengue perde 5,6 dias de escola e 9,6 dias de trabalho e causa sérios problemas na economia das cidades. “É fundamental a capacitação dos profissionais de saúde para evitar que pessoas morram”, alerta.
O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Pedro Leopoldino, também falou na solenidade. Disse que em Teresina ano passado a proliferação da dengue foi atípica. Segundo ele, a coleta de lixo que deixou de ser feita ajudou no aumento da doença. “Nós montamos um esquema de notificação aos finais de semana, onde uma equipe visita unidades de saúde públicas e privadas,” disse o presidente.
Por Hérlon Moraes