Representantes da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí, do Ministério Público Estadual, do Ministério Público do Tribunal de Contas, da procuradoria geral do estado e da diretoria do Hospital Getulio Vargas se reuniram no final da manhã de hoje para tratar da otimização do fluxo de pacientes do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e do HGV. Sobre a unidade de saúde do estado, a produtividade dos médicos foi o tema de maior destaque.
Participaram da reunião a secretária de estado da Saúde, Lilian Martins; a promotora do Ministério Público Estadual, Claudia Seabra; o procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado, Pinheiro Junior; a procuradora geral do estado, Samia Beatriz; o diretor de unidade e organização hospitalar, Telmo Mesquita; o superintendente de assistência à Saúde, Ernani Paiva Maia; o controlador do estado, Nuno Bernardes; o diretor técnico e geral do HGV, Abimael Rocha e Carlos Iglesias e os médicos Agenor Lira e Francisco Ramos.
De acordo com a secretária de estado da Saúde, Lilian Martins, após os médicos do HGV terem suas gratificações incorporadas, caiu a produtividade, gerando um fluxo intenso de pacientes. “Com a incorporação da produtividade, eles (médicos) estão produzindo pouco hoje. Tanto faz realizar uma cirurgia por mês, ou vinte, você ganha a mesma coisa. Mas isso foi uma solicitação deles através das entidades de classes, que culminou com o plano de carreiras e salários. Se hoje eles estiverem de férias ou aposentados vão receber um valor bem maior do que anteriormente, que só recebiam quando estavam na ativa, graças a produtividade”, explica a secretária.
Segundo a secretária, a incorporação foi um efeito positivo para os médicos, mas negativo pra saúde do estado. “A partir disso houve uma diminuição da produção. Todos trabalham bem menos do que deviam trabalhar. Existe uma demanda reprimida de pacientes eletivos e de urgência e emergência muito grande. Eles não têm interesse em fazer um número maior de cirurgias”, relata Lilian Martins.
Várias propostas foram apresentadas na reunião, dentre elas o estabelecimento de metas a serem cumpridas pelos profissionais. “Vamos estabelecer um mínimo possível de metas para fazer jus ao que eles (médicos) ganham hoje e, a partir daí, vamos discutir a possibilidade de dar um incentivo para que haja uma vazão maior no número de pacientes”, ressaltou a secretária.
“Vamos ter bons frutos com essa reunião. Saímos daqui com algumas propostas. Elas podem não agradar 100% a categoria médica, mas vai ser algo em sintonia para que a população seja realmente favorecida, desafogando a urgência e a emergência do estado do Piauí, dando mais resolubilidade”, frisa Lilian Martins.
Para a promotora do Ministério Público Estadual, Claudia Seabra, os grandes problemas do estado são de gestão. “E a secretária está empenhada em resolver. Mas precisamos ver também que há que se ter comprometimento dos profissionais da saúde. Tem que melhorar estrutura. Essa é mais uma tentativa de se buscar solução para um problema grande. Há que se ter uma nova reunião com novos atores para que realmente a gente busque uma solução”, disse a promotora.
O procurador Pinheiro Junior, do Ministério Público do TCE, afirmou que a reunião mostrou que a Sesapi está interessada em resolver todos os problemas existentes. “Vimos a preocupação da secretária que, ao tentar resolver o problema, procurou auxilio, orientação do Ministério Público de Contas, estadual e do próprio TCE em resolver os problemas dentro da legalidade”, salientou.
Ainda de acordo com o procurador, os problemas passam pela vontade do gestor em resolver. “E a gente fica feliz em verificar o compromisso da secretaria em expor os problemas e tentar buscar a solução que seja viável dentro da legalidade”, afirma.
Carlos Iglesias, diretor do HGV, disse que a reunião foi extremamente proveitosa, porque se colocou ao longo de uma mesa várias cabeças pensantes da saúde, “Que são aquelas que estão buscando soluções. Nós discutimos vários problemas e estamos todos empenhados em ir atrás de soluções que irão melhorar a saúde. Precisamos melhorar o fluxo de doentes no HGV e a comunicação existente hoje entre o HGV e HUT”, declarou.