Técnicos da Secretaria da Saúde, Hospital Infantil e Getúlio Vargas se reuniram, na manhã de hoje, para discutir a implantação da Política Estadual de Atenção à Pessoa com Anemia Falciforme. Dessa reunião surgiu um grupo de trabalho para elaboração das ações. Participou ainda, o professor Leonardo Ferreira, pesquisador do assunto na Universidade Federal do Piauí.
O principal objetivo é a montagem de uma rede estadual que possa dar suporte às pessoas portadoras da doença. A prioridade da rede é organização da fase 1 e 2 da Triagem Neonatal, que visa o diagnóstico precoce da anemia. O segundo ponto é ajustar a Atenção Básica para que ela tenha condições de receber os pacientes. O terceiro ponto é estruturar uma rede de atendimento nas unidades de referência ao atendimento no estado que são Hemopi, Hospital Infantil, Hospital Getulio Vargas e Lacen.
No Piauí, a anemia falciforme ainda não é diagnosticada precocemente, o que atrasa o tratamento e a melhor qualidade de vida do paciente. Implantando a fase 2 do teste do pezinho, é possível obter esse diagnóstico. “Assim o paciente pode controlar a doença e receber cuidados, sem precisar ir sempre aos centros de referência e sem complicações”, disse Cristiane Moura Fé, superintendente estadual de Atenção à Saúde. Nos anos de 2009 e 2010 , 0,9% dos nascidos vivos foram diagnosticados com anemia falciforme . 4 % da população possui o traço genético ou a própria doença.
A doutora Leiva Moura, médica do Hospital Infantil e integrante do grupo de organização da política de atenção a pessoa com anemia falciforme, acredita que o diagnóstico precoce e a ampliação da atenção ao paciente são se suma importância no sucesso do tratamento.
“Normalmente o paciente só descobre a doença quando está em crise, que pode se dar por dores fortes no corpo, devido à dificuldade da circulação sanguíneas ou quando há o seqüestro das células sanguíneas pelo baço, o que provoca intensa anemia e fraqueza no paciente. Após a descoberta e com tratamento adequado, o paciente pode evitar muitas dessa crises”, informa.
A anemia falciforme é uma doença congênita caracterizada pela má formação das hemácias ( células sanguíneas) que tomam a forma semelhante à uma foice e dificultam a circulação e o transporte de oxigênio pelo organismo.
Por Samira Ramalho